Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024 @
Praticamente todas as emissoras possuem pelo menos um streaming ao vivo, o que as torna acessíveis nos mais diversos tipos de dispositivos conectados; as possibilidades para uma campanha são imensas
Primeiro, é fundamental essa integração das indústrias, ou seja, do rádio/comunicação com a publicidade. Sabemos que ela já ocorre em vários níveis, inclusive com a presença de representantes de cada setor em seus respectivos eventos/congressos. Mas, a partir do momento em que o rádio/TV passou a levar nomes da publicidade para falar em seus congressos, o mesmo começou a ocorrer no sentido contrário, e eu fui um dos vários exemplos disso. E isso é extremamente importante. Em ambiente festivo, de premiações, troca de informações e contatos, temos a chance de fazer o que mais precisamos: explicar o rádio de hoje, desassociando-o daquela imagem de "meio ultrapassado", representado pelo saudoso e importante "radinho de pilha", mas ilustrado como um item tecnológico do século passado.
Esse mesmo rádio de pilha evoluiu e já reforçou sua importância, inclusive em casos extremos como o que infelizmente ocorreu no Rio Grande do Sul, com a tragédia das enchentes. E o ouvinte, segundo a Kantar IBOPE Media, entende que o rádio é, sim, um meio moderno e atualizado, pois ele sabe que o receptor dele evoluiu, com telas cada vez maiores e mais informações, que dá para ouvir via streaming, seja pelo celular, caixas de som inteligentes como Alexa, video games, TVs conectadas e o que mais você imaginar. Mas tudo isso precisa ser colocado à mesa, para a publicidade.
Não dá para generalizar que os publicitários não enxergam essa modernidade, qualquer generalização é complicada. Mas precisamos entender que todos nós somos inundados por uma série de novidades que se dizem ser o futuro. Muitas são, ou poderão ser. E o rádio está nesse contexto. Então, cabe a nós, do setor, explicar com exemplos o que somos, o que é possível fazer e como a criatividade dos nossos colegas publicitários e anunciantes pode explorar todo esse potencial. Um ajuda o outro, pois temos um objetivo em comum: chegar até as pessoas.
Na minha fala, fui bem claro: mostrei a imensidão de dispositivos e toda a tecnologia que qualquer emissora já dispõe, que sim, é possível usar o RDS no dial para publicidade, que os metadados são fundamentais e apontam para uma série de possibilidades interessantíssimas. Que o rádio caminha para um mundo híbrido entre on e off e, na sua rotina, o ouvinte já pratica esse consumo de forma natural. Aliás, o rádio evolui naturalmente, sempre procurando a melhor forma de entregar seu conteúdo onde as pessoas estão, no que for mais fácil para elas.
Falei de carros com suas multimídias cada vez mais incríveis e possibilidades. Falei do que já é feito aqui e como está o rádio em outros países. E falei de futuro próximo: tecnologias que já estão postas, mas ainda são consideradas novidades e precisam ganhar escala. E lembrei de uma fala minha em resposta a uma pergunta feita no último SET Expo 2024: O rádio é digital? Bem, se praticamente todas as emissoras brasileiras contam com pelo menos um streaming de áudio ativo, então o setor é totalmente digital. Afinal, consigo encontrar o rádio em praticamente qualquer dispositivo conectado que emita som.
+ Quando a palavra rádio deve ser usada e quando deve ser deixada de lado
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.