Segunda-Feira, 04 de Novembro de 2013 @ 10:56
São Paulo – Meio vive uma grande expectativa para o decreto que vai selar a migração das AMs para a faixa FM
Clique aqui e veja a entrevista completa sobre a Migração do AM para o FM
O rádio brasileiro vive hoje uma grande expectativa relacionada a iminente migração das emissoras AMs para a faixa FM, situação que será realidade a partir da assinatura do decreto pela presidente Dilma Rousseff, ação que viabiliza essa medida. Sobre o tema o jornalista Carlos Massaro do Tudo Rádio entrevistou Eduardo Cappia, profissional que atua como diretor e membro do comitê técnico da Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão de São Paulo) e participa de perto desse movimento para a migração do AM para a faixa FM. Cappia revela que algumas capitais das regiões Norte e Nordeste poderão receber suas AMs na faixa FM convencional, além da possibilidade da manutenção da operação de estações AMs mais potentes. Acompanhe:
Conforme já abordado pelo Tudo Rádio, o AM atual deverá migrar para a faixa FM, com a finalidade de fortalecer o conteúdo radiofônico executado por essas emissoras. Em regiões que já contam com um elevado número de estações em FM, o rádio AM deverá migrar para a faixa que está sendo chamada de “FM estendido”, compreendido entre os canais 76 a 88 MHz. Porém alguns centros importantes, com destaque para capitais das regiões Norte e Nordeste, poderão ter suas AMs fixadas na faixa convencional do FM (88 a 108 MHz), acelerando esse processo. “Muito provavelmente algumas da Região Norte ou Nordeste, considerada a vigência da atual Norma Técnica FM e seus parâmetros limitadores.”, afirma Cappia.
Porém essa prática de migração direta para o FM convencional está praticamente descartada para outros centros, inclusive os mercados do interior paulista como Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto, Bauru, entre outros. “Mantidos os atuais preceitos técnicos de viabilidade somente terão possibilidade de migração para a faixa estendida. Mesmo que se encontre um ou outro canal na faixa convencional não será suficiente para acomodar as emissoras migrantes, com os níveis de potência equivalentes.”, explica Cappia sobre o interior paulista e outras capitais.
Outro destaque sobre o assunto e que está gerando uma grande expectativa no meio é relacionado ao tempo que as AMs levarão para surgir no FM convencional ou na faixa estendida. No “novo FM” (de 76 a 88 Mhz) o rádio ainda deverá esperar o desligamento da TV analógica (que ocupa os canais 5 e 6, área relacionada ao FM estendido) previsto para 2015. Porém existem movimentos no setor que buscam a migração imediata nas regiões onde não há ocupação dos canais 5 e/ou 6, acelerando o processo de criação do FM estendido. Porém o rádio deverá aguardar o tempo comum de tramitação de um processo radiofônico: “Após a assinatura teremos a edição de Regulamento específico para a Migração, com previsão de conclusão de detalhes e fixação de valores pela adaptação da outorga de Onda Média para Frequência Modulada, o que deve retardar para meados do próximo ano as operações efetivas das novas primeiras emissoras em FM”, explica Cappia ao Tudo Rádio.
Cappia também informa que o processo não deverá ser obrigatório, ou seja, se uma AM desejar manter sua operação na sua faixa original esta rádio não será obrigada a migrar para o FM. Cappia também acredita que algumas emissoras de grande potência na faixa AM (as rádios de classe A) poderão manifestar o interesse de manter suas operações em sua faixa original, devido a possibilidade de cobertura regional e interestadual presente nessas transmissões.
A entrevista também aborda outros temas relevantes, tais como Rádio Digital (com destaque para esse panorama no AM), fatores que tornaram a migração uma ação importante ao meio, questão de potência e cobertura após a migração, transmissões simultâneas entre duas faixas (AM e FM), entre outros assuntos.
Clique aqui e acompanhe na integra o papo com Eduardo Cappia.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.