Quinta-Feira, 18 de Dezembro de 2014 @ 10:52
São Paulo – A expectativa é de que 60% dos canais migrantes paulistas utilizem o chamado “FM estendido”
A “Migração das AMs” está avançando pelo Brasil. O processo técnico e legal já passou pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, chegando ao Espírito Santo e ao Paraná nesse final de 2014, atingindo assim 39,24% das rádios que optaram pela migração. O processo visa a mudança das rádios AMs brasileiras para a faixa FM, com a finalidade de melhorar sua captação por parte os ouvintes. Nos locais que não tiverem espaços no FM “convencional” (88.1 FM a 107.9 FM) as AMs migrantes serão realocadas na faixa estendida (76 MHz a 87 MHz), ou seja, ampliando assim o espectro para FM no país. Segundo estudo prévio, 60% dos canais migrantes de São Paulo deverão contar com o chamado “FM estendido”. Acompanhe o panorama:
Segundo o levantamento realizado por Eduardo Cappia, da EMC Projetos e diretor do comitê técnico da AESP, das 1386 emissoras que optaram pela migração, 544 estações já foram atendidas em relação a viabilidade de canais em FM. Dessas estações migrantes, 83 serão conduzidas à faixa estendida, totalizando 139 nessa fase de consultas públicas e efetivações. “Este número é crescente e poderá ter outras mais no estado do Paraná quando forem analisadas as questões da região de fronteira e à medida que o processo atinge agora Santa Catarina”, informa Cappia através de um comunicado.
Na última segunda-feira (15) foi divulgada a consulta pública relacionada à migração no Paraná, com 31 novos canais em FM convencional aptos a receber rádios vindas da faixa AM. Porém a consulta deixou de fora 44 canais na região de fronteira com os países Argentina e Paraguai, situação que deverá ser ajustada nos próximos meses devido a complexidade da ocupação do FM nessas áreas (e também devido a “Zona de Coordenação” que envolve os três países).
Outro dado curioso é a situação da Rádio Difusora AM 1340 de Rio Negro (PR), emissora que migrará para 101.1 FM com classe A4, já atingindo o espectro de Santa Catarina. Essa situação mostra que o estudo em território catarinense já foi concluído e deverá ser disponibilizado para consulta pública nas próximas semanas. Rio Negro é uma cidade paranaense situada na divisa com Santa Catarina, tendo Mafra como vizinha.
São Paulo
A migração deverá atingir o estado mais populoso do país entre março e abril de 2015, tendo a sua consulta pública detalhada nesses meses. Segundo Eduardo Cappia a expectativa é de que 60% dos canais da migração em território paulista sejam em faixa estendida, devido a grande ocupação de serviços de radiodifusão no FM de São Paulo (capital e interior). Cappia informa que é possível que as regiões de Fernandópolis e Jales (noroeste de São Paulo) tenha a migração das AMs atendidas pela faixa de FM convencional, ou seja, com as migrantes ocupando canais entre 88.1 FM e 107.9 FM.
“Aconselhamos aos profissionais habilitados que representam as emissoras migrantes que fiquem atentos às inclusões propostas e façam as suas contribuições específicas no próprio site da Anatel sobre os canais correspondentes”, alerta Cappia em seu comunicado.
Necessidades de utilização do FM estendido
Eduardo Cappia apresentou o número de canais em FM estendido que deverão ser utilizados após os estudos realizados sobre a migração e as consultas públicas. Os dados foram apresentados no último dia 12 de dezembro no “Encontro da Radiodifusão” realizado pela AESP, que teve cobertura do Tudo Rádio.
Veja a lista:
Estado / Número de estações que devem ir para o FM estendido:
Bahia / 7 canais
Ceará / 9 canais
Distrito Federal / 1 canal
Espirito Santo / 7 canais
Goiás / 9 canais
Pará / 6 canais
Paraíba / 5 canais
Pernambuco / 12 canais
Paraná / 83 canais
Fonte: EMC
FM estendido e FM convencional – Veja a lista dos estudos e também das consultas públicas sobre a migração. A expectativa é de que boa parte da população brasileira conviva com rádios no FM estendido: saiba mais clicando aqui.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.