Durante a
cerimônia de assinatura de mais 47 emissoras AM que irão migrar para o FM realizada em Belo Horizonte na última sexta-feira (24), o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que “no momento que o Brasil atravessa uma conjuntura difícil, conseguimos avançar com medidas que não têm custo e melhoram a vida do cidadão”. A cerimônia também contou com representantes da ABERT, AMIRT e de radiodifusores.
O ministro ressaltou que os ouvintes serão os maiores beneficiados pela medida. "Milhares de pessoas serão beneficiadas por um ato como o que acontece nesta manhã, que não teve custo nenhum, apenas a iniciativa do governo, em conjunto com as entidades do setor, para que a gente possa melhorar a qualidade do serviço e retomar a comunicação em alguns municípios onde as rádios estavam relegadas a segundo plano", destacou Kassab.
Segundo ele, a mudança de faixa é um objetivo perseguido há muito tempo pelas emissoras. "Ganha o cidadão, que vai ter uma comunicação e um serviço de melhor qualidade. Ganham as rádios, que passam a ter mais eficiência e melhores condições de trabalho. Enfim, ganha o país."
O ministro reforçou que o MCTIC apoiará os radiodifusores na busca por recursos para adquirir os equipamentos necessários para operar na faixa FM. "O nosso apoio será total para todos aqueles que queiram dar sequência a essa modernização."
Ele também revelou que um estudo está sendo feito pela Secretaria de Radiodifusão do MCTIC e poderá resultar na reabertura do prazo para as emissoras AM que não aderiram ao processo de migração para FM.
Evolução
Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Paulo Tonet, "o ministério está dando um impulso extraordinário para o avanço do rádio brasileiro com a migração da AM para o FM." Já o presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), Mayrinck Pinto de Aguiar Júnior, afirmou que a vocação das rádios AM sempre foi estar juntos das comunidades locais, levando informações relevantes para a vida das pessoas em cada município. Segundo ele, pesquisas apontam que o rádio está presente no dia a dia de 96% da população mineira, com uma média de quatro horas de sintonia diária.
Para Mayrinck Júnior, a migração coloca as emissoras AM em pé de igualdade para disputar o mercado. "Com a migração, estamos vivenciando mais uma evolução. A cada nova tecnologia o rádio se renova e, melhor que outras mídias, soube utilizar a convergência possibilitada pelo aparelho celular."
Mutirão
O mutirão de migração nos estados terá sequência no próximo mês, no Rio Grande do Sul. A mudança de faixa é uma reinvindicação das emissoras AM de todo o país, que sofrem com a perda de qualidade do sinal, de audiência e de faturamento. Com a operação na faixa FM, as rádios também poderão ser sintonizadas em dispositivos móveis, como tablets e smartphones, o que garante a continuidade e a modernização do serviço.
Em cada mutirão, são assinados os termos aditivos de adaptação das outorgas, que é um dos últimos passos do processo para a mudança de frequência. Depois disso, as rádios devem apresentar um projeto técnico de instalação da FM ao MCTIC e solicitar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a autorização de uso da radiofrequência. A partir da liberação da agência ligada ao MCTIC, os veículos já podem começar a transmitir a programação na faixa FM.
Com informações do MCTIC
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