Quarta-Feira, 25 de Outubro de 2017 @ 07:47
São Paulo - Pressão pela ativação do “chip FM” em aparelhos de Apple é ampliada após furacões e incêndios que atingiram os EUA
O iPhone tem ou não tem “chip” de recepção FM? A Apple afirma que, a partir do iPhone 7 (quando mudou a entrada do fone de ouvido), os aparelhos deixaram de contar com a capacidade de recepção de sinais em FM. Mas a NAB afirma que não é bem assim: Sam Matteny, vice-presidente executivo e CEO da NAB, afirma que o iPhone 8 (lançado em setembro) tem sim um chip capaz de receber rádios FM. A pressão pela ativação foi ampliada após furacões atingirem estados como a Florida e o Texas, além dos incendidos que castigaram o norte da Califórnia.
Segundo reportagem do portal ZYDigital, Matteny cita análises independentes do hardware do iPhone realizadas por: ABI Research, TechInsights, iFixIt, EE Times, Barron e Gigazine para comprovar a presença do chip que é capaz de sintonizar rádios FMs no iPhone, independente da mudança do plug de fome de ouvido (deixou de existir a entrada p2 a partir do iPhone 7, cuja conexão de áudio passou a ser feita via entrada Lightning ou sem fio). A publicação foi uma resposta à afirmação da Apple sobre os modelos 7 e 8 não ter capacidade para recepção de FM.
Nos últimos meses a pressão para a ativação da recepção de rádios FMs nos celulares tem aumentado nos Estados Unidos, sendo que a Apple é o principal alvo dos pedidos (já que é dona da parcela majoritária dos celulares comercializados em território norte-americano).
Confira aqui a análise do CEO da NAB no projeto Pilot: https://nabpilot.org/setting-the-record-straight-on-fm-radio-in-iphones/
Consumo com ou sem crise climática
O consumo de radio off-line, que já estava em alta nos Estados Unidos, saltou nas regiões que foram atingidas por eventos climáticos severos, como furacões e incêndios. Segundo a Nielsen (instituto responsável por medições que apontam o comportamento do consumo de mídia nos Estados Unidos), o share do consumo de radio foi ampliado em agosto e setembro deste ano nas regiões atingidas pelos furacões, com destaque para o formato “news” (jornalismo).
O avanço das rádios de formato “news” em setembro avançou em todas as faixas etárias, principalmente na comparação com o mesmo mês em anos anteriores. O avanço não é algo típico para o formato nesta época do ano, conforme destacou a Nielsen em seu relatório. Para se ter uma ideia, o crescimento foi na ordem de 54% para o consumo de rádios jornalísticas em Houston (cidade do Texas, uma das mais castigadas pelo furacão Harvey).
Um dos principais pontos na defesa de ativação da recepção FM nos celulares é a comunicação em eventos atípicos, quando há um grande congestionamento das redes de telefonia / internet. O radio também se mostra eficiente na disseminação de informações para a população independente do formato de programação da estação. Por exemplo: na Califórnia, atingida por incêndios devido ao tempo muito seco, as rádios informavam as condições da região, divulgavam contatos de autoridades (como o Call Fire), além de campanhas para ajudar a população em dificuldade.
Com informações da NAB, Nielsen e ZYDigital
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.