Segunda-Feira, 14 de Março de 2022 @ 07:31
São Paulo - Share of Ear mostra que o streaming não avançou em tamanho na divisão entre formatos de áudio que contam com publicidade. E crescimento do consumo tem substituído a "propriedade de música"
O tudoradio.com já destacou anteriormente que o rádio AM/FM é líder isolado em participação entre todas as plataformas de áudio que são suportadas por anúncios, ou seja, que há publicidade executada em seu conteúdo de áudio. Com o crescimento do áudio digital, principalmente durante a pandemia da covid-19, houve uma sensação no mercado norte-americano que o streaming estaria diminuindo essa liderança do rádio AM/FM na liderança "áudio com anúncios". Porém essa ideia não condiz com a verdade, segundo o mais recente levantamento Share of Ear, da Edison Research, este que foi detalhado pela norte-americana Westwood One. A análise também mostra o avanço das plataformas de streaming para cima da "propriedade de música". Acompanhe:
"Áudio suportado por anúncios" é algo fundamental para qualquer estratégia publicitária que envolva o áudio e é importante que o mercado entenda o tamanho do rádio nesse quesito. E, segundo reportagem repercutida pelo portal Inside Radio, a pesquisa feita pela Edison Research mostrou que a participação combinada do Pandora e do Spotify suportados por anúncios, principais serviços de streaming de áudio nos EUA, está baixa ou estável. Dados com base no quarto trimestre de 2021.
Alguns recortes importantes: segundo a Westwood One, a mudança mais significativa foi entre o público consumidor de 18 a 34 anos, onde essa participação combinada de Pandora e do Spotify suportados por anúncios caiu de 23% para 17%. A análise feita pela empresa mostrou também que a participação de Pandora no tempo de áudio gasto com suporte de anúncios diminuiu 47% desde o quarto trimestre de 2016, de 7,1% para 3,8%, enquanto a participação do Spotify com suporte de anúncios permaneceu em 1,6%.
"O Pandora está entrando em colapso – eles têm sofrido uma erosão constante nos últimos cinco anos ou mais, e o Spotify suportado por anúncios é pequeno e nunca cresce”, diz Pierre Bouvard, diretor de insights da Cumulus Media/Westwood One. No caso do Spotify, é notado um esforço da plataforma para concentrar seu consumo em planos pagos (assinaturas), ou seja, sem a execução de publicidade em seu conteúdo, o que acaba tornando o player nada atrativo para a publicidade.
Considerando todo o cenário de consumo de áudio, incluindo streaming suportado e sem anúncios, o rádio AM/FM domina com 40% do bolo, seguido pela música no YouTube com 12%.
E o consumo de plataformas de streaming como o Spotify tem tirado espaços da "propriedade de música", ou seja, quem está perdendo terreno de consumo para elas são mídias como faixas digitais (MP3), CDs ou vinil (veja gráfico logo abaixo).
E, segundo a análise da Westwood One em relação aos dados do Share of Ear, houve um crescimento nas escutas de streaming de rádio AM/FM, de 8% no quarto trimestre de 2016 para 14% no quarto trimestre de 2021 entre 25-54 anos. A porcentagem de streaming do total de escuta AM/FM também cresceu entre 18+, de 7% para 11% no mesmo período.
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Com informações da Westwood One, Edison Research e do portal Inside Radio.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.