Quinta-Feira, 18 de Maio de 2023 @ 07:29
São Paulo - Levantamento aponta motivos para se ouvir mais ou se ouvir menos rádio. Mudanças na rotina das pessoas impacta no consumo
Os resultados da 19ª edição da pesquisa Techsurvey 2023, coletados diretamente de ouvintes de rádio nos Estados Unidos, revelam algumas tendências e vantagens do rádio. Notavelmente, a audiência em dispositivos digitais está crescendo, com o consumo online representando 38% do total das emissoras. Além disso, a conexão entre os ouvintes e suas estações favoritas tem se intensificado, alcançando um nível inédito, especialmente entre o público mais jovem. Confira os principais pontos:
O estudo aponta um aumento na conexão entre os ouvintes e suas estações de rádio preferidas, atingindo seu nível mais alto. Esse crescimento teve início durante a pandemia da COVID-19, quando as pessoas passaram a recorrer mais ao rádio como companhia durante um período difícil. Mesmo após o fim da crise sanitária, essa conexão continuou se fortalecendo.
Entre os 30 mil entrevistados, 89% concordam ou concordam fortemente que o principal benefício do rádio é a sensação local que ele proporciona. Além disso, 77% dos entrevistados relataram uma sensação de conexão com a estação que lhes enviou a pesquisa. A Techsurvey é uma medição realizada por 434 estações de rádio norte-americanas para entender o comportamento dos ouvintes.
Nível de maior conexão entre os ouvintes de rádio e sua estação preferida / Crédito: Techsurvey 2023 / Jacobs Media
Surpreendentemente, as duas gerações mais jovens, "Geração Z" e "Millennials/Y", mostraram a maior conexão com suas estações favoritas.
Os entrevistados também foram questionados sobre os principais motivos para ouvir rádio. As respostas mais comuns foram "fácil de ouvir no carro" e "porque é de graça", com 67% e 64% dos entrevistados, respectivamente. Os apresentadores/DJs/programas e ouvir música foram as próximas razões mais citadas, com 60% e 57% dos entrevistados, respectivamente.
Motivos para se ouvir rádio, com a tradução para português no gráfico acima / Crédito: Techsurvey 2023 / Jacobs Media
Por outro lado, os que afirmaram estar ouvindo menos rádio justificaram isso com "menos tempo no carro" e "mudança de estilo de vida", refletindo uma mudança nas rotinas pós-pandemia. Estas opções tiveram concordância de 40% dos entrevistados. "Mais opções de áudio no carro" apareceu em seguida, com 38% de concordância.
Digital e receptor AM/FM
Como já destacado anteriormente pelo tudoradio.com, a pesquisa revelou que 58% da audição de rádio ocorre por transmissões ao vivo via dial (sinal terrestre), enquanto 38% é via streaming. Foi observado também que aqueles que trabalham integralmente em casa têm maior probabilidade de usar plataformas digitais para ouvir suas estações de rádio preferidas.
Dos ouvintes de rádio, 19% usam o receptor de rádio em casa/escola/trabalho, 39% nos veículos, 18% via streaming no computador, 9% usam aplicativos de rádios em dispositivos móveis, 7% usam smart-speakers, 4% ouvem podcasts de rádios e 4% citaram outras fontes.
Em 2023, a divisão entre "receptor tradicional de rádio" e o "digital" foi de 58% e 38%, respectivamente. Em comparação, em 2022 a divisão era de 61% para o receptor e 35% para o digital. Veja o gráfico a seguir:
Divisão entre locais, receptores, dispositivos e formatos na composição da audiência / Crédito: Techsurvey 2023 / Jacobs Media
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações da pesquisa Techsurvey 2023, da Jacobs Media
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.