Tendências | Indústria do rádio adapta-se à era digital: previsões da Borrell Associates para 2024

A indústria do rádio dos Estados Unidos tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos, mas as previsões para 2024 trazem uma mistura de notícias boas e desafiadoras, segundo a imprensa especializada norte-americana, que se debruçou sobre as análises feitas pela Borrell Associates. De acordo com esses dados, o setor de rádio deve experimentar um declínio moderado nas receitas, mas também um crescimento notável no segmento digital. Ou seja, as iniciativas de entrega de conteúdo on-line podem ganhar um peso ainda maior na composição da receita das empresas do setor, apesar do consumo de rádio via dial seguir em alta. A mídia especializada indica esse movimento como uma "adaptação do rádio à era digital". Acompanhe:

Segundo as reportagens dos portais Inside Radio e RadioINK, a Borrell Associates prevê que a receita de anúncios locais em rádio diminuirá 2,3% em 2024. Esta é uma melhoria em relação à previsão anterior, que indicava uma queda de 2,8%. No entanto, nem tudo são más notícias. O rádio on-line, que tem se mostrado uma área de crescimento promissora nos EUA, deve encerrar 2023 com um aumento saudável de 11% em suas vendas de anúncios. Este número foi revisado a partir de uma previsão anterior de 17%, mas ainda representa um crescimento significativo, segundo analistas.

Os dados da Borrell também apontam que o mercado de publicidade local dos EUA, por sua vez, está projetado para crescer 4,4% em 2024, atingindo um impressionante valor de US$ 157,1 bilhões. Embora a ênfase continue sendo nos formatos digitais, os meios tradicionais, como o rádio, estão mostrando sinais de estabilização. Esse movimento já era previsto lá atrás, onde as estações iriam trabalhar com receitas menores, mas depois esse cenário iria se estabilizar. E a possibilidade de expansão passa pelo digital.

Corey Elliott, pesquisador-chefe da Borrell Associates, comentou sobre a situação: “Não diria exatamente que é um retorno aos meios tradicionais, mas parece haver um interesse renovado neles. Isso pode ser porque as empresas locais estão ganhando mais experiência em marketing e veem as possibilidades além de simples campanhas digitais baratas", diz o executivo.

Outro ponto de destaque nesse cenário é o desempenho do áudio digital, segundo as análises. Prevê-se que seja um dos canais de mídia de crescimento mais rápido no próximo ano, com um aumento de 7,7%. Em comparação, o rádio supera outros meios tradicionais, como a TV a cabo e os jornais, mas ainda fica atrás do crescimento projetado de 9,3% do vídeo digital e do aumento de 9% da TV local, em cenário relacionado ao mercado dos Estados Unidos.

Em meio a ventos financeiros desafiadores e um cenário de mídia em constante evolução, o rádio continua a se adaptar e encontrar novas maneiras de se conectar com seu público e gerar receita, é o que conclui a mídia especializada após divulgar e analisar os dados da Borrell. O foco crescente no digital sugere que o setor está atento às tendências e pronto para navegar pelas mudanças que o futuro reserva, indicam as reportagens.

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Principais pontos destacados pela análise dos dados da Borrell Associates (EUA):

Declínio Moderado nas Receitas de Rádio: Previsão de queda de 2,3% em 2024.
Crescimento do Rádio Digital: Aumento esperado de 11% até o final de 2023.
Aumento da Publicidade Local: Crescimento de 4,4% previsto para 2024.
Retorno às Mídias Tradicionais: Sinais de estabilização e interesse renovado.
Destaque para Áudio Digital: Crescimento previsto de 7,7% no próximo ano.

Ilustração de rádio no digital / crédito: depositphotos.com

Qual a razão de olhar para lá fora?

O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.

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Com informações da Borrell Associates, do portal Inside Radio e RadioINK