Quarta-Feira, 30 de Abril de 2025 @ 19:02
Rio de Janeiro – LAM, como era conhecido, estava internado no Hospital Icaraí, em Niterói (RJ)
Morreu no Rio de Janeiro aos 70 anos o jornalista Luiz Antonio Mello, conhecido como LAM, responsável por idealizar o projeto que transformou a Fluminense FM em referência para o rock nacional nos anos 1980. O comunicador estava internado no Hospital Icaraí, em Niterói (RJ), onde se recuperava de uma pancreatite. Segundo informações da revista Rolling Stones, durante um exame de ressonância, sofreu uma parada cardíaca.
Conhecido como o “cérebro” por trás da chamada “Maldita”, LAM comandou a reformulação da Fluminense FM em 1981, quando foi convidado a montar a programação da emissora, até então esquecida no dial fluminense. O projeto deu espaço para bandas brasileiras que mais tarde se tornariam ícones do rock nacional, como Barão Vermelho, Legião Urbana, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.
+ Rede Globo exibe minissérie baseada no filme que conta a história da Fluminense FM
A Fluminense FM estreou seu novo formato em 1º de março de 1982 e inovou também ao ser a primeira rádio a contar exclusivamente com vozes femininas na locução. “Já que íamos tocar bandas de som pesado, íamos falar com voz suave, para compensar. Além disso, não havia nenhuma rádio com vozes femininas. Era um machismo enorme”, declarou Luiz Antonio Mello em entrevista anterior ao jornal A Tribuna.
Luiz Antonio Mello - Foto: reprodução redes sociais
Antes da Fluminense FM, LAM já tinha passagens relevantes por veículos como a Super Rádio Tupi, Rádio Jornal do Brasil (hoje JB FM) e o jornal Última Hora. Também participou da implantação da Globo FM, atuou como consultor de marketing na gravadora Polygram, foi responsável pelo lançamento do selo Windham Hill Records e trabalhou na direção da Rede Manchete. Fez parte ainda da equipe fundadora da BandNews FM no Rio de Janeiro.
Além do rádio, Luiz Antonio Mello se destacou como autor e produtor musical. Publicou seis livros, incluindo A Onda Maldita (1992), que narra os bastidores da transformação da Fluminense FM. Sua trajetória foi tema do documentário A Maldita (2018), dirigido por Tetê Mattos, e da cinebiografia Aumenta que é Rock and Roll (2024), produzida pela Globo Filmes, em que é interpretado pelo ator Johnny Massaro.