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Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025 @ 06:46

Mercado artístico internacional discute falta de “hits do verão” em 2025; rádio tem papel fundamental em prolongar sucessos

São Paulo – Músicas que alcançaram o topo em 2024 continuam como as principais escolhas de consumo do público em 2025. Estratégias adotadas por artistas e gravadoras podem estar influenciando diretamente esse cenário

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Um tema de grande interesse para o mercado de rádio vem ganhando força nas discussões artísticas no hemisfério norte: a falta de novos “hits do verão”. A temporada de férias na Europa e nos Estados Unidos está começando, e o que se percebe é que as músicas de maior sucesso nas paradas são justamente aquelas que já estavam em alta rotação e bem posicionadas nos rankings em 2024. Esse comportamento é considerado atípico e pode ter impacto direto em alguns formatos de rádio nesses mercados, além de também refletir no Brasil. O assunto tem gerado debates em veículos especializados em rádio e música, incluindo publicações como o Wall Street Journal. Em 2024, o tudoradio.com publicou uma reportagem destacando o efeito positivo do rádio sobre a música, ajudando a prolongar a presença de hits nas paradas de sucesso.

A situação foi tema de reportagem do Wall Street Journal, sob o título “It’s Not Just You—There Are No Good New Songs This Summer” (“Não é só você — Não há músicas novas boas neste verão”). O jornal apontou que os hits de 2024 ainda dominam os rankings, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, e destacou que o ano passado foi animador para o pop mainstream — o oposto do cenário visto até agora em 2025.

Entre os exemplos dessa tendência estão “Lose Control” (Teddy Swims), “A Bar Song (Tipsy)” (Shaboozey), “Luther” (parceria entre Kendrick Lamar e SZA) e “Die With a Smile” (Lady Gaga e Bruno Mars), que permanecem no top 10 da Billboard Hot 100. Algumas dessas faixas já migraram para a categoria de “recorrentes” no CHR, mas seguem com alto volume de execuções — o que também se aplica a músicas como “Sorry I’m Here for Someone Else”, de Benson Boone, e “Anxiety”, de Doechii, ambas já conhecidas pelo público desde antes do verão.

Essa percepção também se espalhou entre ouvintes nas redes sociais. De acordo com o Inside Radio, um tópico publicado no Reddit pela jovem Avery Cesaire, de 18 anos, levantou o questionamento: “Por que a música de 2025 não está conectando com o público geral?”. A discussão recebeu mais de 200 comentários, muitos deles reforçando a ideia de que as faixas do ano anterior ainda soam atuais e satisfatórias para os ouvintes.

Segundo a imprensa norte-americana, profissionais do setor musical compartilham essa visão. Nima Etminan, COO da gravadora Empire (selo de Shaboozey), afirmou que faltam “grandes momentos” em 2025. Já Barry Weiss, fundador da gravadora Records, atribui parte do problema à forma como o streaming mudou a percepção de sucesso: “Hoje temos uma métrica de durabilidade real. É possível ver com clareza quais músicas continuam sendo ouvidas com frequência. Isso não era possível na era dos CDs ou downloads únicos”, explica.

Mark Adams, vice-presidente de programação Pop CHR do grupo de rádios iHeartMedia, acrescenta outro fator à equação: o excesso de lançamentos. Segundo relatório da Luminate, quase 99 mil faixas foram adicionadas por dia às plataformas de streaming ao longo de 2024. “O público está sobrecarregado e acaba se apegando ao que já conhece”, analisa Adams.

 

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Para Matt Bailey, criador do The Hit Momentum Report, apenas uma música lançada em 2025 conseguiu se firmar como sucesso massivo tanto nas plataformas digitais quanto no rádio: “Ordinary”, de Alex Warren, que ocupa atualmente o primeiro lugar na Hot 100 e também na audiência do CHR.

Nesse cenário de permanência prolongada de determinados sucessos e da busca pelo que já é familiar, o rádio desempenha um papel fundamental na durabilidade de um hit. Como já indicado em outra reportagem publicada pelo tudoradio.com, o meio contribui diretamente para a longevidade dos artistas nas paradas, aumentando significativamente o tempo de presença dessas produções em rankings como o da Billboard. O resultado? Mais vendas para os artistas, impulsionando shows, reproduções em streaming e outras ações de mercado. Contar apenas com as plataformas digitais pode até levar uma música ao topo, mas por pouco tempo, com queda rápida nas paradas e perda de relevância — até mesmo dentro das próprias plataformas.

Apesar do quadro, alguns analistas identificam bons sinais entre os lançamentos recentes. Sean Ross, consultor e colunista da Ross On Radio, publicada pelo portal Radio Insights, cita faixas como “Undressed” (sombr), “Manchild” (Sabrina Carpenter), “What I Want” (Morgan Wallen com Tate McRae), “Love Me Not” (Ravyn Lenae), “Daisies” (Justin Bieber) e “Mystical Magical” (Benson Boone) como boas surpresas desta temporada.

No entanto, ao Inside Radio, Ross também reconheceu que essas canções não alcançaram o mesmo impacto de grandes sucessos de 2024, como “Espresso”, “A Bar Song (Tipsy)” e “I Had Some Help” (Morgan Wallen e Post Malone). Para ele, a falta de consistência nos lançamentos e o afastamento das gravadoras do rádio contribuem para o cenário atual. “Não há um fluxo constante de novidades. E sem isso, temos menos hits, menos artistas em ascensão e menos experiências compartilhadas em larga escala”, conclui.

O tudoradio.com ouviu alguns diretores artísticos que concordam que o panorama observado no hemisfério norte também serve de alerta para a indústria brasileira. Dependendo de como gravadoras e artistas trabalham suas músicas, deixando o rádio em segundo plano, pode se tornar mais difícil sustentar sucessos por períodos prolongados, afetando inclusive o desempenho digital, a demanda por shows e o consumo geral de música.

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KIIS FM de Los Angeles, emissora Pop CHR sintonizada em um iPod / crédito: tudoradio.com

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Tags: rádio, indústria musical, hits do verão, Billboard, streaming, CHR, mercado internacional, longevidade dos sucessos

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Daniel Starck
  • Daniel Starck – Jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com, maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão, com mais de 20 anos no ar. É formado em Comunicação Social pela PUC-PR e teve passagens por emissoras como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital do rádio, com participação em eventos promovidos por entidades como SET, AESP, AMIRT, ACAERT, ASSERPE, AERP e MidiacomPB. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com foco em aplicativos, mídia programática, novos devices, inteligência artificial, sites e streaming. LinkedIn


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