Quinta-Feira, 04 de Novembro de 2021 @ 07:29
São Paulo - Mais sensível aos deslocamentos diários, o rádio norte-americano está muito próximo do índice pré-pandemia
Está muito próximo: o rádio dos Estados Unidos, que é mais sensível a qualquer mudança na rotina de deslocamentos diários da população, registrou em outubro de 2021 o seu nível de escutas mais similar daquele número observado em março de 2020, considerado um período pré-pandemia. No geral, o rádio de lá já vinha experimentando mudanças graduais de patamar nos níveis de alcance desde março deste ano, superando as fases mais agudas da covid-19 na população local. Vale destacar que o resultado atual aponta uma consolidação do comportamento de consumo de rádio que já era observado no período pré-pandemia, ou seja, os possíveis novos hábitos adquiridos durante esse período não estão afetando a presença do rádio entre a população.
Os dados são da Nielsen e mostram que o que mais afetou o rádio no período de pandemia foi a alteração na rotina de deslocamentos da população dos Estados Unidos. Nas fases agudas da doença, que diminuíram drasticamente a circulação de pessoas nas cidades e entre regiões, o rádio teve parte da sua audiência migrada para as residências e para o streaming das emissoras, mas o hábito diário de continuar acompanhando as estações continuou entre a população. Na fase mais crítica para as escutas de rádio, que foi em abril de 2020, o meio alcançou cerca de 106.6 milhões de pessoas em apenas uma semana.
Hoje (outubro de 2021) o rádio atinge cerca de 123.2 milhões de norte-americanos (12 anos ou mais) por semana, valor bem próximo dos 124.2 milhões registrados em março de 2020 (considerado o último mês pré-pandemia). Em outubro de 2020, quando aparentemente a situação da covid-19 estava melhor nos Estados Unidos, o pico foi de 120.8 milhões no alcance semanal (sendo o melhor resultado do ano passado, considerando o período pandêmico). Já em 2021, há uma recuperação dos níveis desde março, quando o rádio superou de vez o alcance semanal de 121 milhões.
Outro ponto de recuperação tem relação aos horários de escutas, hoje mais próximos dos valores observados no período pré-pandemia. Durante a covid-19, as estações até chegaram a promover ajustes em suas grades de programação para respeitar os novos horários de picos de audiência, estes deslocados de suas faixas tradicionais. Hoje, os picos são similares aos períodos pré-pandemia, em seus níveis mais altos desde março de 2020.
Recentemente o tudoradio.com relatou o avanço no alcance de emissoras norte-americanas, com destaque para o mercado de Nova York: lá, a líder de audiência voltou a ser a mesma estação do período pré-pandemia e seu alcance já está no nível observado antes de abril de 2020. Durante as fases agudas da doença, que motivou a menor circulação de pessoas, os rankings da Nielsen foram alterados, com rádios e formatos que não costumavam ocupar a liderança, assumindo essas condições nos principais mercados norte-americanos.
+ Curiosidade: No dial, o maior alcance nos EUA é da Lite FM. No streaming o posto é da Mega 979
Gráfico que mostra o alcance semanal do rádio nos EUA, considerando as escutas em AM/FM, meses e um contexto da pandemia em cada período
O que continua válido como um fato novo na dinâmica do rádio norte-americano é a elevação do patamar do streaming na composição da audiência e do alcance do meio nos Estados Unidos, segundo dados recentes da Nielsen. O áudio ao vivo digital das emissoras corresponde a 10% do total da audiência do rádio.
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Com informações da Nielsen Audio e do portal Inside Radio
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.