Tendências | Grupos de rádio seguem as bigtechs e pedem que funcionários retornem aos escritórios

Não são apenas nas bigtechs que o trabalho remoto está sendo revisto. Segundo a imprensa especializada em mídia dos Estados Unidos, o rádio também passa por esse processo, com as gestões pedindo que os funcionários retornem aos escritórios. Modelos de trabalho híbrido (quando o colaborador não está todos os dias na sede da empresa) e 100% presencial estão entre as preferências dos gestores de rádio. De acordo com reportagens sobre o assunto, há uma maior sinergia de trabalho no modelo presencial, ainda que muitos grupos de comunicação tenham optado por sedes menores para diminuir custos e ampliar a eficiência de seus modelos de negócio. O retorno 100% presencial, porém, também enfrenta críticas de especialistas.

Conforme uma reportagem do Inside Rádio, apesar de o modelo remoto ter sido adotado por vários departamentos dos grupos de rádios dos Estados Unidos, o trabalho presencial nunca deixou de ser a norma. Acreditam que a interação face a face no ambiente de trabalho promove uma colaboração e apoio mais eficazes entre os membros da equipe do que o trabalho remoto. O modelo remoto teve sua adoção ampliada durante as fases mais agudas da pandemia da COVID-19, até mesmo para as equipes das áreas artísticas, com locutores deixando os estúdios das estações.

No entanto, a mídia norte-americana relata que a abordagem das empresas de rádio em relação ao retorno ao escritório varia bastante. Por exemplo, a Saga Communications já havia reintegrado seus funcionários ao ambiente de escritório no final do verão de 2020, quando a pandemia ainda era uma realidade. Wayne Leland, Vice-Presidente Sênior de Operações da empresa, destaca a importância do trabalho conjunto. Segundo ele, as equipes de vendas e programação são mais eficientes e produtivas quando colaboram presencialmente, trocando ideias e compartilhando experiências.

Segundo o Inside Rádio, o trabalho remoto ainda poderá ser usado em modelos híbridos, dependendo da estratégia da gestão. A Townsquare Media, por exemplo, adotou uma abordagem mais flexível. Erik Hellum, Diretor de Operações de Mídia Local, menciona que a empresa opera com a mentalidade de "aberta para negócios", com a equipe trabalhando presencialmente todos os dias. A responsabilidade de equilibrar o trabalho dentro e fora do escritório recai sobre os presidentes de mercado local.

O mercado norte-americano parece entender que, enquanto o mundo corporativo se adapta às mudanças trazidas pela pandemia, as emissoras de rádio vêem o retorno ao escritório como uma oportunidade de reforçar a colaboração, a inovação e a coesão da equipe. A combinação de tecnologia e interação pessoal parece ser a chave para um ambiente de trabalho produtivo e inovador, resume a reportagem do Inside Rádio. Essa visão está alinhada ao que indicam as gestões de empresas da área de tecnologia, mas é necessário também compreender os benefícios de modelos híbridos para alguns departamentos, ajudando na redução de custos e tempo de deslocamento dos colaboradores.

Uma reportagem da BBC News detalha que grandes corporações, como Google, JPMorgan, Davis Polk, Meta e Amazon, estão intensificando esforços para trazer os funcionários de volta ao trabalho presencial. Estas empresas estão adotando medidas que vão desde vincular a presença no escritório às avaliações de desempenho até monitorar a utilização de crachás e ajustar o valor dos bônus com base na frequência presencial. Assim como acontece nos grupos de rádio, a argumentação central é que o trabalho em equipe presencial é mais eficaz e ajuda a manter a identidade corporativa.

No entanto, essa abordagem tem enfrentado críticas, segundo a BBC News. Especialistas e defensores dos direitos dos trabalhadores argumentam que tais políticas refletem uma tentativa das empresas de reafirmar o controle sobre os funcionários, em vez de valorizar seu bem-estar e flexibilidade. Além disso, há preocupações de que essas medidas possam desfavorecer certos grupos, como aqueles com responsabilidades familiares ou deficiências, criando ambientes de trabalho menos inclusivos e diversificados

+ Rádio FM/AM: A preferência dominante em áudio entre os norte-americanos

Veja também:
> Liderança do rádio AM/FM varia conforme a marca do carro, revela Share of Ear
> Publicidade em áudio gera maior atenção, segundo Dentsu; Rádio se destaca
> Formatos de interesse do rádio continuam em alta ou crescendo em consumo
> A falha na percepção do consumo de mídia: como o rádio é subestimado pela publicidade

Qual a razão de olhar para lá fora?

O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.

Recomendamos:
> Veja aqui mais notícias sobre o atual momento do rádio em diferentes países
> Confira também as principais tendências para o setor de rádio e tecnologia 

Com informações da BBC News do portal Inside Radio