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Segunda-Feira, 21 de Outubro de 2024 @ 06:56

Grupos de rádio são contra proposta que indica uso de IA em anúncios políticos nos Estados Unidos

São Paulo - Grupos destacam que a iniciativa é pouco efetiva contra fakenews, deepfakes e pode impactar negativamente um segmento que é lucrativo para o setor

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A iHeartMedia, maior grupo de rádio dos Estados Unidos, manifestou na semana passada sua posição sobre a proposta da Federal Communications Commission (FCC) que exige a divulgação do uso de inteligência artificial (IA) em anúncios políticos veiculados no rádio e na televisão. Embora a empresa apoie a proteção do público contra deepfakes enganosos, ela considera que a proposta não alcançaria esse objetivo, devido à definição abrangente do que seria conteúdo gerado por IA. Outros nomes importantes do setor também se manifestaram de forma negativa sobre a iniciativa. Há uma discussão global sobre como regulamentar o uso de IA nos mais diversos conteúdos, com destaque para o segmento político, debate este que também ocorre no Brasil.

“Emissoras como a iHeart não precisam de mandatos ou abordagens padronizadas para combater o uso enganoso da IA”, afirmou a empresa. “Oferecer informações confiáveis e de confiança ao público é parte central da nossa missão e do serviço que prestamos às nossas comunidades”, acrescentou a empresa, que detém mais de 800 estações de rádio nos Estados Unidos.

A FCC, que regulamenta a radiodifusão no país, está avaliando a proposta (MB Docket No. 24-211), inicialmente apresentada pela presidente da entidade, Jessica Rosenworcel, em maio deste ano. A proposta exige que todas as emissoras que transmitirem anúncios políticos perguntem aos compradores se o conteúdo foi gerado por IA e, em caso afirmativo, que um aviso informe os ouvintes. Para anúncios de rádio, o alerta seria: “Esta mensagem contém informações geradas total ou parcialmente por inteligência artificial”. Além disso, a FCC propõe que as emissoras incluam essa informação em seus arquivos políticos online.

A iHeartMedia acredita que a medida criaria “confusão pública”, já que a exigência não seria aplicada em todas as plataformas que veiculam publicidade política. “Embora a iHeart reconheça os potenciais benefícios de regras federais uniformes sobre o uso de IA em anúncios políticos, isso deve vir por meio de uma legislação abrangente do Congresso, e não de uma abordagem fragmentada e orientada por agências”, declarou a empresa. Enquanto isso, a iHeart diz que a legislação de difamação continua sendo uma ferramenta eficaz para lidar com o uso enganoso de IA a curto prazo.

Outros grupos de radiodifusão, como a National Association of Broadcasters (NAB) e a Cox Media Group, também expressaram preocupação, afirmando que a regulamentação é prematura. A iHeart se juntou a esse ponto de vista, ressaltando que, embora o uso de IA possa se tornar mais comum no futuro, não há justificativa para “apressar uma regulação de um problema que não existe hoje”. A empresa também alertou que a regulamentação poderia, ironicamente, incentivar o aumento de anúncios políticos gerados por IA.

Iniciativas para regulamentar o uso de IA nas mais diversas frentes não são restritas ao setor de radiodifusão ou aos Estados Unidos. No Brasil, nos últimos dois pleitos eleitorais, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) elaborou uma série de recomendações e obrigações aos partidos políticos sobre inteligência artificial nas campanhas, como o aviso quando é utilizada a tecnologia e a proibição de deepfakes. Como por aqui os responsáveis por esse tipo de conteúdo são as legendas políticas, as regras locais acabam impactando mais esses agentes do que o setor de radiodifusão, que já possui um regramento muito amplo para esse tipo de veiculação, através dos horários eleitorais obrigatórios e gratuitos. Nos Estados Unidos, as campanhas políticas entram como qualquer publicidade no rádio, movimentando uma quantia significativa de dinheiro para o faturamento das emissoras em anos eleitorais.

De qualquer forma, é importante acompanhar todas as propostas existentes sobre o uso de IA em campanhas, sejam eleitorais ou não, já que existe o debate de informar ou não o uso de ferramentas artificiais no conteúdo veiculado por qualquer veículo ou produtor de mídia no planeta, inclusive no Brasil, onde alguns portais de notícias já informam ao leitor quando a IA é empregada em determinado conteúdo.

Impactos no processo de compra de anúncios políticos nos EUA

Ainda sobre a proposta analisada pela FCC nos EUA, outros radiodifusores, representando 742 estações de rádio em 122 mercados, incluindo Alpha Media, Red Apple Media e Salem Media Group, também se opuseram à proposta. Eles afirmaram que a medida levaria a custos operacionais elevados e prejudicaria o processo de compra e aprovação de anúncios políticos, além de exceder a autoridade da Comissão e violar a Primeira Emenda da constituição dos EUA.

Associações estaduais de radiodifusão também manifestaram suas preocupações, argumentando que a FCC está ignorando o fato de que a maioria dos usos da IA será positiva ou, no máximo, inofensiva. “Condenar uma tecnologia, em vez de um uso específico dela, é uma abordagem míope e prejudicial ao público, aos candidatos e, como dano colateral, aos radiodifusores”, disseram em um documento conjunto.

Essas associações preveem que os anúncios políticos evitariam as emissoras de rádio e TV para fugir da obrigação de divulgarem o uso de IA, o que poderia prejudicar ainda mais o setor.

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Fachada da iHeartMedia em São Francisco, na Califórnia / Crédito: depositphotos.com

Com informações do portal Inside Radio

 

Tags: IA na mídia, automação de tarefas, ferramentas de IA, produtividade na mídia, tecnologia em mídia, conteúdo

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Daniel Starck

Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.



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