Mensalmente a equipe de jornalismo do tudoradio.com analisa os dados da audiência FM dos principais mercados brasileiros. E muito se fala da “queda de ouvintes no universo FM”, algo que é sim uma realidade do meio rádio. Porém isso não significa que o rádio está com os seus dias contados, pelo contrário. É comum que o consumidor de rádio também passe a dividir o tempo em que acompanha o meio com outras mídias. Sim, a concorrência está maior, mas a convergência também. Notem: o alcance (aquele que mostra o impacto de uma determinada mídia, como o rádio) não mostra tendência de queda no Brasil e nem lá fora (como vimos em pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos).
“Mas aqui tudo está caindo”. Bem, você sabe o motivo disso? Na maioria dos casos quem acelera a queda da média de audiência do universo rádio é o próprio meio. Decisões equivocadas sem estudo do público-alvo, programações “congeladas” sem apresentar novidades (aquela cautela excessiva em mexer num projeto que possuí bons resultados), crise econômica (que atrapalha no fôlego inicial de projetos recentes, seja no rádio ou em qualquer outro ramo de atividade comercial), entre outros pontos, tendem a derrubar a média de audiência. Interferências e concorrências piratas também ajudam na “equação da queda”.
Minha afirmação é baseada em vários cenários. No Brasil temos o rádio em um momento incrível, com média de 89% de alcance nas principais metrópoles (ou seja, o rádio é ouvido por 89% da população). O alcance vai bem e o rádio ainda tem a vantagem de ser o veículo dito tradicional que melhor conversa com as novas mídias (está com áudio on-line através de sites e aplicativos - sejam próprios ou de indexadores, o que amplia o alcance), gerando outras formas de integração com o seu público. Alguns mercados brasileiros, como é o caso de Belo Horizonte, apresentaram novidades e viram as médias do universo de ouvintes “explodirem”, com crescimentos expressivos que resultaram em recordes de audiência. Outros conseguiram manter o universo nos mesmos valores registrados nos últimos anos, mesmo com o aumento da concorrência pela atenção das pessoas.
Então se aí na sua cidade o universo de ouvintes caiu de forma considerável, é bom rever algumas práticas (e urgente, mesmo que você esteja bem colocado no ranking geral). Seja no artístico (incluí o promocional), na parte técnica e na integração de seu produto com outros formatos de entrega de conteúdo. Estudar o que o seu mercado anseia é importante e definir o seu público-alvo (o consumidor de sua rádio) é fundamental.
Ah, um lembrete. Pare de cair na pegadinha do “Spotify” e do “YouTube”, ou seja, o público que está lá pode (e deve) continuar consumindo a sua rádio, independente do seu conteúdo ser predominantemente musical e mesmo se o seu ouvinte optar por continuar utilizando essas plataformas. Para que esse trânsito ocorra você deve ser atrativo e atender bem esse público.
Outra coisa: Celulares não são inimigos do meio rádio, pelo contrário. Eles deram a oportunidade de todo mundo ter um rádio no bolso. Seja para recepção via FM (praticamente todos contam com chip de FM, sendo que a maioria comercializado no Brasil possuem a recepção ativa) ou via internet (sites mobile e aplicativos). E o rádio automotivo também se modernizou, com mais recursos, melhor recepção dos sinais e opções de multimídia que podem ser exploradas pelas emissoras.
Como complemento desse papo, eu coloco aqui algumas recomendações de leituras que mostram um pouco mais sobre esse cenário promissor do meio rádio.
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Rádio, futuro, audiência, universo, tendências, projetos