Terça-Feira, 20 de Novembro de 2018 @
O avanço da publicidade em diferentes mídias tem ajudado o rádio a entender melhor o seu papel no mundo multiplataforma
É um exercício contínuo investir em pesquisas para conseguir determinar um caminho nos hábitos de consumo da população, com destaque para o recorte relacionado à mídia. Com o avanço das novas tecnologias, o papel das mídias consideradas "tradicionais" ou de massa entram na roda de discussão, geralmente colocadas na parede. Mas tem um lado bom: conforme o desafio cresce, mais se investe em conhecimento para buscar a manutenção ou aprimoramento do papel do rádio na sociedade.
Essa minha informação é baseada na série de pesquisas e artigos que foram divulgadas em 2018 sobre o papel do rádio. Paralelo à isso há outro ponto a se considerar: a chamada "nova economia", ou seja, empresas que nasceram no mundo tecnológico e estão mudando os hábitos de consumo, apostam na mídia "tradicional" para as suas campanhas, em especial o rádio.
Durante o período eleitoral, o tudoradio.com chegou a destacar a movimentação feita pelos nomes gigantes relacionados ao Facebook: WhatsApp e o Facebook MarketPlace. O primeiro, precisando colar na credibilidade do rádio, investiu numa campanha para combater a onda de "Fake News", com spots que orientavam a população sobre como evitar o compartilhamento de boatos ou notícias falsas.
Paralelo à isso, o Facebook MarketPlace apareceu no meio rádio para promover o seu serviço de compras, vendas e trocas, precisando do rádio para se fazer conhecido perante concorrentes ja consolidados. Google (através de vários de seus serviços), aplicativos de transporte (Uber, 99, entre outros), aplicativos/portais de viagens, entre outros, também tem usado o rádio.
Eles sabem o que fazem, assim como anunciantes de outros segmentos que estão no rádio: o veiculo é excelente para ampliar o alcance de uma marca ou mensagem, além de sua frequência. Ou seja, ele é necessário para se fazer conhecido e lembrado. E o rádio trabalha muito bem no formato crossmidia, ou seja, junto com outros formatos de campanha.
Isso tudo é baseado em vários estudos feitos aqui e lá fora. Um deles, chamado de "How Radio Works" (sim, já falamos dele em nossas páginas, mas vou insistir) dá um mapa do papel do rádio para anunciantes e, é claro, para a audiência.
O caráter social (serviço) e de entretenimento do rádio já é amplamente difundido no mercado, assim como sua credibilidade. Mas dar atenção ao favor "comercial" do veículo o torna competitivo no mercado, auxiliando assim na sua manutenção e também na sua venda como um meio atualizado, inovador e dinâmico.
Esses bons indicativos e um maior conhecimento sobre a posição do rádio nessa nova sociedade auxilia na evolução do veículo. Se conhecer e saber de sua força é um bom início para buscar reinvenção e continuar relevante para a sociedade.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.