Segunda-Feira, 11 de Novembro de 2013 @ 07:44
São Paulo – Alguns receptores FMs já estão aptos para receber transmissões no chamado “FM estendido”
O decreto que permite a migração das rádios da faixa AM para o dial FM deverá movimentar o setor em várias frentes. Mas por enquanto o que fica é uma série de dúvida por parte dos ouvintes e também de profissionais de rádio. A assinatura do documento que possibilitou esse novo cenário foi realizada na semana passada pela Presidente da República Dilma Rousseff (clique aqui e saiba mais), fato que possibilitará a migração para o FM por parte das rádios AMs interessadas. Onde o espectro FM já é congestionado pelas estações atuais o AM vai migrar para uma faixa estendida (que vai de 76 MHz para 88 MHz). E um detalhe: você pode ter em casa um receptor FM que sintoniza esse “dial estendido”. Acompanhe:
É possível que um dos receptores em FM que você utilize em casa ou no carro já possuí a capacidade de sintonizar transmissões entre 76 MHz e 88 MHz, além das faixas “tradicionais” do FM brasileiro. Hoje é comum sintonizar FM através de celulares, aparelhos que são comercializados no Brasil e já vem configurado para a “banda Americana / América do Sul” de captação em FM. Porém boa parte desses receptores de FM no celular possuem a opção de troca de banda, isso no menu de configurações do rádio. Se o ouvinte alternar essa banda para a “japonesa” (regiões de rádio) o receptor disponibilizará sintonias entre 76.0 a 90 MHz, ou seja, justamente o futuro “FM estendido” que será ocupado pelas AMs nos grandes centros. Em outros receptores há a opção de sintonizar entre 76 a 108 FM.
Essa curiosidade não fica restrita ao FM via celular. Alguns receptores automotivos também disponibilizam a troca de banda FM, passando a ser possível sintonizar a “faixa estendida” no carro. Até mesmo os antigos Walkman FM/AM possuem essa opção, como alguns modelos da Sony e da Aiwa. Caso o ouvinte deseja saber mais sobre os receptores que tem em casa é necessário procurar as especificações técnicas presentes no manual do aparelho, local que demonstra as faixas de sintonia contempladas pelo receptor.
iPod com FM: receptor comercializado até 2012 no Brasil já contemplava a faixa entre 76 e 88 via "banda japonesa". O atual também possuí essa função
Mas essa são soluções para utilizar aparelhos já adquiridos pelos ouvintes. É importante lembrar que o Governo Federal e empresários da radiodifusão nacional vão incentivar a fabricação de rádios que contemplem o FM estendido de forma mais simplificada. No caso de celulares é possível que haja apenas uma alteração ou adaptação no modo de apresentar as faixas de sintonia em FM, uma vez que essa opção existe como “banda japonesa”.
O FM estendido deverá ser uma realidade nos principais centros brasileiros, com destaque para as regiões mais populosas do Centro-Sul do país (entre capitais de estado e interior).
O que é o FM estendido
“FM estendido” é o nome popular para a faixa FM (de 76 a 88 Mhz) que será ocupada pelas rádios AM que optarem pela migração. Ele será utilizado em locais onde a concentração atual de rádio em FM na faixa entre 88 e 108 MHz não permite espaços para a migração das AMs. Nos locais onde a “faixa convencional” (88 a 108) esteja com mais espaço a migração das AMs será imediata (clique aqui e saiba mais).
Todos os aspectos técnicos serão considerados após o pedido de migração por parte das rádios AMs interessadas, ato que poderá ser feito a partir de 1 de janeiro de 2014. A migração não será obrigatória e o tempo para que essas estações surjam na faixa FM deverá variar conforme o caso. O “FM estendido” deverá ser ocupado conforme a televisão migre por completo para o sinal digital, já que a faixa 76 a 88 MHz é representada pelos canais 5 e 6 de TV analógica.
Clique aqui e saiba mais sobre as classes de potência da migração do AM para o FM.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.