Sexta-Feira, 27 de Abril de 2018 @ 07:44
São Paulo - Situação melhora, mas quase metade dos participantes consideram que o áudio via internet das rádios é inferior à qualidade percebida em FM
O rádio está “no meio do caminho” no que seria considerado “o ideal” na presença do meio na internet. Essa afirmação é baseada no resultado de uma enquete realizada pelo tudoradio.com, esta que perguntou sobre a qualidade do som das rádios no streaming. Os participantes foram questionados se o áudio das rádios FMs na internet é igual, superior ou inferior ao som recebido via FM. O resultado foi equilibrado: 50% considera o som via internet igual ou superior ao áudio via FM, enquanto que para 40% o áudio do streaming ainda perde para o rádio FM. Acompanhe os detalhes:
O tudoradio.com perguntou: “A sua rádio preferida tem o mesmo cuidado com o áudio online (streaming) como tem com o offline (FM)?”. A partir disso, 36% considera o áudio via streaming tão bom quanto a qualidade de som recebida no dial FM. Já 14% afirma que o áudio on-line é superior à qualidade de som recebida no offline (FM).
Já 40% dos participantes concordam com a afirmação de que “O som no dial FM é muito superior ao áudio oferecido pela rádio na internet”, enquanto os 10% restantes que participaram da enquete do tudoradio.com concordam com a frase de que “as duas opções (offline e online) não contam com boa qualidade de áudio”.
O total de participantes da votação foi 508, pergunta que ficou disponível ao público do tudoradio.com durante os meses de março e abril.
Análise: “Meio do caminho é estar longe do ideal”
O streaming é considerado um complemento importante para as atividades das rádios FMs e AMs, formato de transmissão que ganha importância a cada dia. A tecnologia avançou, com a possibilidade de fornecer um áudio de boa qualidade através de baixas taxas de transmissão, ou seja, o consumo de dados de navegação para o usuário é menor, o que provoca uma estabilidade desse sistema de transmissão e um preço acessível (é possível consumir rádio on-line com planos de dados mais modestos, inclusive na rede móvel).
Rádios chegam a perder ouvintes ou possibilidades de negócio se o streaming não é acessível (disponível em várias plataformas ou ambientes) ou de boa qualidade. E com o avanço de diferentes dispositivos, ele ganha em importância para ampliar o tempo de audiência de uma determinada emissora, já que o sistema on-line permite a presença do áudio de uma rádio em computadores, celulares (sites e aplicativos), carros conectados e caixas de som com conexões Bluetooth (e mais recentemente as caixas de som inteligentes, febre nos Estados Unidos).
O tudoradio.com acompanha diariamente a evolução das rádios brasileiras nessa entrega de áudio on-line através dos sistemas Rádios Ao Vivo, Dials tudoradio.com e App tudoradio.com. O mercado, que tem evoluído nos últimos anos, ainda peca na entrega de uma boa qualidade de som com baixas taxas de transmissão, além da falta de padronização dos sistemas (muitas rádios ainda utilizam formatos que não são recomendados por desenvolvedores).
Atualmente as plataformas mais usadas são transmissões em AAC+ entre 48 a 64kbps, utilizando servidores de Shoutcast ou Icecast (versões mais recentes, compatíveis com plataformas mobile e com o Google Chrome, navegador de maior penetração entre todos os usuários de internet). Em países onde o streaming já é um complemento na ordem de milhões na audiência, como nos Estados Unidos, o formato AAC+ em 48-49kbps é praticamente uma “norma” de uso pelo mercado local.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.