Quinta-Feira, 25 de Abril de 2019 @ 07:44
São Paulo - Questionamento foi realizado após instituto sugerir que parte da audiência de rádio pode ser omitida pelo público
Em fevereiro deste ano o tudoradio.com publicou uma análise da Deloitte que indica uma possibilidade da audiência de rádio pode ser "escondida" em pesquisas do tipo "recall", já que o público pode não lembrar que estava absorvendo um determinado conteúdo radiofônico enquanto desempenha outra atividade cotidiana. Com base nessa análise, o tudoradio.com questionou a audiência do portal e o resultado foi que 92% dos participantes da enquete afirmam lembrar que ouviram rádio quando realizam outra atividade.
A pergunta foi: "Você costuma se lembrar que ouviu rádio quando está desempenhando outra atividade?" Para 445 participantes, ou seja, 84% dos visitantes que responderam a enquete, eles se lembram que estavam ouvindo rádio enquanto realizam outra atividade cotidiana. Já para 8% dos que responderam o questionamento, a ação de se ouvir rádio ganha destaque perante a outra atividade que é realizada naquele momento.
Recomendamos:
> Futuro: Relatório da Revenue Analytics aponta cinco tendências para o futuro da radiodifusão
Apenas 5% dos participantes afirmaram que não ouvem rádio enquanto realizam outra atividade e, os 3% restantes indicaram que não se lembram que ouviram rádio enquanto realizam outras tarefas cotidianas.
O que é possível considerar?
Aparentemente o resultado contradiz o estudo da Deloitte, este que indica diferenças entre os volumes de audiência em pesquisas com dispositivos eletrônicos (o PPM - Personal People Meter nos Estados Unidos) e as de recall (que dependem da lembrança do entrevistado sobre o consumo de rádio ou outro conteúdo).
Como o rádio está presente em praticamente todos os locais (como restaurantes, bares, lojas e até em locais públicos) e sua audição é compartilhada com outras tarefas do dia, é possível que o ato de ouvir uma determinada emissora possa não ser lembrada com frequência. Foi o que sugere o estudo da Deloitte, onde a medição não eletrônica pode omitir volumes maiores relacionados à audiência de rádio (clique aqui e saiba mais).
Porém, o resultado da enquete não necessariamente desmente a Deloitte. Basta considerar que a pergunta não é específica de um determinado momento como, por exemplo, "qual emissora de rádio você ouviu ontem à tarde?".
Em resumo: a enquete fortalece uma percepção da Deloitte, de que o rádio conta com um forte alcance perante a população, sendo um meio que detém a vantagem de poder ser acompanhado enquanto seu público executa qualquer outra atividade/tarefa. O público opta pelo rádio como um companheiro para o seu cotidiano diário.
Veja também:
> Previsão: Smart speakers devem ter um crescimento de 82% entre 2018 e 2019
> Nielsen aponta que "midia tradicional" serve de referência para consumo de conteúdo on-line
> Em enquete, 49% acham importante que a migração AM-FM evite o uso do FM estendido
A enquete do tudoradio.com recebeu 528 participações entre o final de fevereiro e a primeira quinzena de abril. Vale ressaltar que a enquete não conta com processo científico de avaliação, sendo apenas uma forma de saber como foi o comportamento dos visitantes do portal perante o tema proposto.
E o portal tudoradio.com já está com uma nova enquete. A pergunta é a seguinte: "Você acredita que as smart-speakers (caixas de som inteligentes) vão substituir o rádio AM/FM nas residências brasileiras à exemplo do que ocorre nos EUA?". Clique aqui para participar.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.