Quarta-Feira, 01 de Julho de 2020 @ 07:30
São Paulo - Pandemia derruba a estimativa de crescimento na publicidade digital, seguindo a tendência já vista em outros formatos de anúncios
Os efeitos da Covid-19 seguem trazendo baixas nos mais diversos setores por todo o mundo. Um levantamento do eMarketer prevê queda na receita de anúncios digitais nos Estados Unidos. A previsão até o final do ano é de um acréscimo de apenas 1,7%, o que representa US $ 2,2 bilhões. A publicidade tem apresentado retração em praticamente todos os formatos de anúncio, sejam eles no digital ou também no analógico. E trata-se de uma tendência mundial.
De acordo com um estudo realizado pelo eMarketer, empresa de pesquisa de mercado baseada em assinatura que fornece informações e tendências relacionadas ao marketing digital, mídia e comércio, haverá uma retração na receita do setor de publicidade e o digital. Enquanto a empresa de pesquisa previa anteriormente um crescimento de quase 17%, ou US $ 22 bilhões, agora a projeção de alta para terminar este ano está em apenas 1,7%, ou US $ 2,2 bilhões.
"Os gastos com pesquisa diminuirão este ano, apesar de seu foco no desempenho - principalmente por causa da forte dependência do setor de viagens no formato", diz a eMarketer em um resumo executivo de seu relatório da Atualização de gastos com anúncios dos EUA no segundo trimestre de 2020. "Enquanto isso, a exibição continuará aumentando, impulsionada pelo vídeo. Mas os canais de mídia tradicionais serão afetados ainda mais do que os canais digitais descritos neste relatório: os gastos com anúncios de TV, imprensa e rádio diminuirão em taxas de dois dígitos este ano", conclui a análise.
Apesar das retrações, ontem o tudoradio.com veiculou um estudo da Borrell Associates (EUA), que mostra a resiliência do rádio entre os veículos chamados como tradicionais (ou de massa). Os valores de venda de anúncios no rádio durante a pandemia foram superiores aos de outros meios nos Estados Unidos. Outro ponto é que a recuperação do investimento em publicidade é alterado conforme a situação de cada mercado, em relação ao coronavírus e a atividade econômica local.
Um estudo desenvolvido pela Nielsen e divulgado recentemente mostrou os impactos da diminuição ou corte na publicidade para as marcas. Denominado de Media Hiatus Impact, o levantamento mostrou que o efeito negativo não é apenas sentido para os veículos de comunicação, como também para os anunciantes. Apesar de estar relacionado ao mercado dos Estados Unidos, o estudo acende um alerta para o setor brasileiro.
Receita em baixa, consumo em alta
Enquanto quedas são esperadas nas receitas publicitárias, o consumo de rádio nos Estados Unidos seguem em alta. A constatação ocorre através de um levantamento da Edison Research, o qual aponta que o streaming de áudio passou a ser responsável por 10% do total das escutas de rádio no país norte-americano. Já as transmissões terrestres (via AM/FM) seguem dominando e correspondem a mais de 90% do total das escutas de rádio naquele país.
Outro setor em alta durante a pandemia do novo coronavírus foi o crescimento do áudio digital. O bom resultado foi apontado por meio de um relatório elaborado pelo IAB (Internet Advertising Bureau). Segundo o instituto, o consumo de áudio digital cresceu de 53% para 67% nos Estados Unidos em apenas quatro anos, segundo dados do período pré-coronavírus.
Os maiores avanços foram vistos em vídeos on-line (TikTok, YouTube, entre outros) e pela TV linear, ambos com 39% cada, seguidos pelos serviços de streaming de TV e filmes (Netflix, Amazon Prime, etc), com 38%. Músicas via streaming e imprensa on-line, video-games, e as transmissões on-line em formato live também foram destaques.
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Com informações do Inside Radio. Colaboração de Daniel Starck