Quarta-Feira, 24 de Junho de 2020 @ 07:30
São Paulo - Dados são relativos à maio e mostram a mudança de comportamento da audiência de rádio nos Estados Unidos durante a crise da covid-19
A Edison Research, através do levantamento Share of Ear, continua mapeando o consumo de áudio nos Estados Unidos. E, pela primeira vez nas medições, o consumo de áudio on-line de estações AM e FM chegou a dois dígitos nos Estados Unidos. Ou seja, o streaming de áudio passou a ser responsável por 10% do total das escutas de rádio no país norte-americano. E essa marca foi atingida durante a pandemia do novo coronavírus. Porém, as escutas feitas a partir da transmissão em FM e AM seguem dominantes. Acompanhe:
O consumo de rádio via streaming já estava em alta nos últimos anos, com um salto mais significativo entre 2014 e 2015, quando a parcela de escutas de rádio originada nesse formato foi de 5% para 7% em apenas 1 ano. Na sequência, o share do streaming de rádio avançou para 8% em 2017 e 9% a partir de 2020.
No recorte de maio, relacionado diretamente aos novos hábitos de consumo de mídia durante a pandemia do novo coronavírus, essa participação do streaming de rádio avançou para 10%, maior valor observado pela Edison Research até então.
O avanço do streaming de rádio é notável, tanto que a Nielsen já havia divulgado um relatório que mostra como o consumo digital está contribuindo com os picos de audiência do conteúdo de rádio durante a pandemia. No Brasil, também foi notado um avanço do consumo de streaming de rádio a partir de março.
Transmissão terrestre (AM/FM) seguem dominantes
As escutas que utilizam a transmissão terrestre, ou seja, uma sintonia em FM ou AM, ainda correspondem a mais de 90% do total das escutas de rádio nos Estados Unidos. Isso mostra uma manutenção relevante da importância da radiodifusão para a população, mesmo com a ampliação do consumo on-line.
"A adoção de transmissões de estações de rádio continua lenta", disse Laura Ivey, diretora de pesquisa da Edison Research. "Embora continue sendo uma área de oportunidade para as emissoras, até hoje a maioria das pessoas nos EUA escuta pelo ar quando está ouvindo o conteúdo de rádio AM / FM", completa a executiva, em entrevista ao portal norte-americano Inside Radio.
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No geral, o rádio continua como a plataforma de mídia de maior alcance nos Estados Unidos, com 92% no recorte semanal segundo a Nielsen. A Edison também aponta o rádio como a plataforma de áudio dominante entre os norte-americanos
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Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.