Terça-Feira, 24 de Setembro de 2024 @ 09:11
São Paulo - Emissora jornalística aparece em segundo da lista mais recente divulgada por associações de imprensa, sendo a única rádio a aparecer com destaque no levantamento até o momento
A iniciativa "Coalizão em Defesa do Jornalismo", Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), realizou um monitoramento das redes sociais para identificar possíveis ataques a profissionais de imprensa e veículos durante a cobertura das eleições municipais de 2024. E, de acordo com a última análise divulgada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a Rede CBN está entre os veículos de comunicação mais atacados. De acordo com o levantamento, de 5 a 11 de setembro, foram um total de 119 postagens com ataques a jornalistas e comunicadores só no Instagram. De acordo com a divulgação dos dados, muitas dessas agressões são produzidas após a participação de candidatos em debates.
No Instagram, foram monitoradas 22.208 publicações e comentários no período de análise, além de 167 termos e hashtags e 261 contas específicas, totalizando 119 postagens com ataques diretos a jornalistas. Os nomes que mais receberam ataques foram Vera Magalhães, Lauro Jardim, Andreia Sadi (esses três primeiros também são colunistas e colaboradores da CBN), Leonardo Sakamoto e Octavio Guedes.
Entre os veículos, nas quatro menções principais, a CBN é a única emissora de rádio que aparece, estando na segunda posição. Antes está a TV Globo e, depois da rede de rádios jornalística, estão o portal UOL e o jornal O Globo. Chama a atenção dos dados publicados pela Abraji a predominância de veículos do Grupo Globo nos ataques. Porém o levantamento mostra que os ataques não estão restritos a esses veículos, como o caso da equipe do SBT (TV Norte Amazonas) que foi ameaçada e hostilizada durante um comício no interior do Amazonas.
Com o bloqueio do X no Brasil, as principais agressões na web têm sido feitas no Instagram, rede social que contabilizou, no último período da análise (5 a 11 de setembro), um total de 119 postagens com ataques a jornalistas e comunicadores.
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Antes, o segundo relatório de monitoramento de ataques on-line contra a imprensa nas eleições de 2024 identificou uma redução no volume de publicações ofensivas após a suspensão do X pelo STF, ocorrida em 31 de agosto. Nos dois dias anteriores ao bloqueio, foram registrados 3.702 posts ofensivos no X e 1.314 no Instagram ao longo da semana. Apesar da queda no número de ataques em comparação ao primeiro relatório, o padrão de desqualificação dos jornalistas e veículos de comunicação permanece, com o uso de hashtags e termos ofensivos. Neste caso, não havia uma rádio entre os cinco veículos mais atacados, mas nomes conhecidos da audiência estavam listados como alvos do que foi monitorado.
E o monitoramento das redes sociais nas duas primeiras semanas da campanha eleitoral de 2024 mostrou uma ampla disseminação de ataques a jornalistas e meios de comunicação no Brasil. No X, antes de seu bloqueio, foram registradas mais de 30 mil postagens ofensivas entre 15 e 28 de agosto. No Instagram, de 930 publicações analisadas, 90 foram ataques à imprensa. Essas postagens incluíam comentários depreciativos e hashtags de ataque direcionadas a jornalistas e veículos de comunicação.
O projeto "Coalizão em Defesa do Jornalismo" foi criado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) com o objetivo de monitorar e documentar ataques contra a imprensa durante as eleições de 2024 no Brasil. A iniciativa envolve várias entidades e organizações comprometidas com a defesa da liberdade de imprensa e a proteção dos jornalistas.
A coalizão acompanha casos de violência, intimidações e ameaças contra profissionais da mídia, buscando visibilidade para esses incidentes e promovendo ações de apoio e solidariedade. Além disso, visa sensibilizar a sociedade e as autoridades sobre a importância da segurança dos jornalistas para garantir uma cobertura eleitoral livre e democrática.