Quinta-Feira, 04 de Setembro de 2025 @ 06:43
São Paulo - Levantamento Inside Audio 2025 da Kantar IBOPE Media aponta estabilidade no consumo de rádio nas 13 praças pesquisadas, apesar das mudanças metodológicas
O ano muda, a metodologia da pesquisa de rádio sofreu alterações significativas, mas dois fatos permanecem iguais: entre as 13 praças pesquisadas regularmente pela Kantar IBOPE Media, Belo Horizonte segue como a de maior alcance percentual e o Rio de Janeiro mantém o maior tempo médio de consumo do rádio. Essas duas importantes regiões metropolitanas do Sudeste também aparecem acima da média nos quesitos em que não lideram. O mesmo quadro já havia sido registrado nos dados de 2023, quando a capital mineira figurava entre as líderes de alcance e o Rio cravava sozinho o maior tempo médio do meio. Os números são do especial Inside Audio, que faz um raio-x do consumo de rádio em 13 dos principais mercados brasileiros.
Belo Horizonte saiu de um alcance de 84% em 2023 e se estabilizou em 87% nos especiais de 2024 e deste ano. Isso significa que a capital mineira e sua região metropolitana concentram o maior total de ouvintes únicos em termos proporcionais, ou seja, considerando a população disponível na praça e a parcela que ouve rádio mensalmente. Em números absolutos, São Paulo, por ser a região mais populosa do país, concentra o maior contingente de ouvintes, próximo de 14 milhões nesse quesito, mas isso representa 77% do alcance atual em 2025 (era 76% no ano anterior).
Já o Rio de Janeiro é a praça que historicamente registra os maiores valores de tempo médio de escuta do rádio. Atualmente, a média é de 4h15 diárias, bem acima da média geral das 13 praças, que é de 3h47. Importante destacar que esse tempo já é considerado elevado, principalmente quando comparado com qualquer outro formato de mídia de massa, além de superar a fragmentação da atenção observada em plataformas digitais. Em alcance, o Rio também aparece entre as praças acima da média, com 80%.
Apesar da dificuldade de comparações após mudanças de metodologia — como as implementadas pela Kantar IBOPE Media a partir de janeiro deste ano —, a observação dos dados gerais é considerada importante para identificar se o novo cenário alterou o que era visto como “regra” entre as praças. No geral, a maioria dos indicadores entre 2024 e 2025 apontou estabilidade, algo evidenciado pelo resultado consolidado das 13 praças, que segue em 79% da população ouvindo rádio todos os meses.
Rotinas locais impactam diretamente esses números, como tempos de deslocamento, facilidade de captação dos sinais em FM, qualidade e acesso às emissoras no digital, entre outros fatores. Mas a percepção geral de profissionais do setor é de que o ponto determinante para um desempenho superior ou inferior à média está principalmente na oferta de formatos que atendam aos interesses da população local — além da qualidade com que esses projetos são executados no ar.
Outros cenários vistos em pesquisas anteriores também foram preservados no levantamento de 2025. Fortaleza, Goiânia e as três capitais do Sul (Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis) seguem com alcances acima da média das 13 praças, todas com índices iguais ou superiores a 80%. Também foram registrados avanços em São Paulo, Campinas e Recife na comparação com 2024.
Já no tempo médio, além do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife aparecem com marcas iguais ou superiores à média dos 13 mercados, que é de em 3h47 diárias.
+ Artigo: "Rádio: tempo médio precisa entrar no debate publicitário", por Fernando Morgado
Conforme já destacado, a pesquisa de rádio passou por mudanças em sua metodologia no início de 2025. Isso pode gerar dúvidas sobre a comparação direta com dados anteriores, especialmente no que diz respeito à possível manutenção dos índices. Com as alterações, não é possível afirmar com precisão se houve aumento ou diminuição no consumo, já que os ajustes metodológicos podem influenciar a percepção de estabilidade ou variação nos resultados. Os dados de rádio do Inside Audio 2025 são referentes ao trimestre abril a junho de 2025 e o levantamento anterior segue o mesmo trimestre de 2024.
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