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Terça-Feira, 18 de Novembro de 2025 @ 06:41

Inteligência artificial gera 50 mil músicas por dia e reforça desafio do rádio como curador musical

São Paulo - Estudo revela que mais de 50 mil faixas são criadas por IA todos os dias e que 97% do público não percebe a diferença

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A Deezer divulgou no último dia 12 os resultados de um levantamento global sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no consumo e na criação musical. De acordo com a plataforma de streaming, mais de um terço das músicas enviadas diariamente ao serviço são criadas por IA — o equivalente a cerca de 50 mil faixas por dia. A pesquisa, que foi repercutida pelo portal InfoMoney, revela ainda que a maioria das pessoas não consegue identificar quando está ouvindo uma canção gerada por tecnologia. A situação abre uma série de questionamentos, inclusive para o rádio, como a dificuldade de gerar novos sucessos de alcance em massa (caso visto recentemente na falta de “hits de verão” no hemisfério norte), qualidade das produções, entre outros pontos. Acompanhe:

O estudo foi conduzido pela Ipsos e envolveu 9 mil entrevistados em oito países, incluindo o Brasil. Todos ouviram três músicas e precisaram apontar se haviam sido feitas por IA ou por humanos. O resultado foi expressivo: 97% erraram a identificação. Além disso, 71% dos participantes se disseram surpresos e 52% afirmaram ter ficado desconfortáveis com a própria dificuldade em distinguir a origem das canções. “Os resultados mostram claramente que as pessoas se importam com a música e querem saber se estão ouvindo faixas feitas por IA ou por humanos”, comentou Alexis Lanternier, CEO da Deezer.

No cenário brasileiro, o índice de erro foi idêntico ao global. Entretanto, o país se destacou pela maior abertura à tecnologia: 76% demonstraram interesse por IA — o maior percentual entre os países analisados — e 42% disseram já utilizar ferramentas do tipo em seu dia a dia.

A percepção nacional também foi positiva quanto ao uso da tecnologia na descoberta de músicas (62%) e na criação artística futura (59%). Por outro lado, há preocupações: 52% acreditam que a IA pode gerar faixas mais genéricas e 60% temem perda de criatividade no processo musical. Esse processo já é percebido na publicidade, com o uso indiscriminado de IA na produção comercial diminuindo a efetividade da mensagem anunciada, conforme já destacado pelo tudoradio.com.

A rejeição às músicas criadas por IA também foi medida. No Brasil, 45% dos entrevistados gostariam de poder filtrar esse conteúdo nas plataformas e 42% afirmaram que pulariam a faixa se soubessem que foi feita por inteligência artificial — percentuais próximos à média global.

A transparência foi um ponto amplamente defendido: 77% dos brasileiros apoiam a identificação clara de músicas criadas por IA, e 76% querem saber se uma plataforma está recomendando esse tipo de conteúdo. Quando o tema são os rankings musicais, 52% dos brasileiros aceitam que as faixas feitas por IA compitam com músicas humanas, desde que devidamente rotuladas.

As questões éticas e de direitos autorais também foram destaque. No Brasil, 56% são contrários ao uso de obras protegidas para treinar modelos de IA, 65% temem impactos na remuneração dos artistas e 67% consideram antiético usar material sem autorização. Além disso, 64% defendem que as faixas criadas por IA recebam pagamentos menores do que as produzidas por artistas humanos.

“Há preocupações sobre o impacto da música gerada por IA na remuneração dos artistas e na criação musical. Empresas de IA não deveriam treinar seus modelos com material protegido por direitos autorais”, concluiu Lanternier.

O que o rádio precisa se atentar

Independentemente do uso da IA, a quantidade de novas músicas que são publicadas nas plataformas de streaming já reforçava o papel do rádio como curador musical, sendo um outro estágio do artista ou do conteúdo artístico em sua carreira. A exposição de uma produção no rádio é ampla, devido ao grande alcance do meio, que consegue furar bolhas e é responsável por prolongar a vida útil de uma canção ou do auge da carreira de um determinado artista, conforme já destacado pela Billboard.

Porém, a ampliação dessa oferta com a IA pode gerar ainda mais desafios na composição artística no rádio, para que ele consiga se manter como curador do que pode ser interessante para públicos mais amplos. Recentemente, o tudoradio.com repercutiu a dificuldade de se identificar hits musicais com mais força no verão do hemisfério norte, com menos produções alcançando esse status de destaque. Isso se deve às estratégias de divulgação de artistas que ampliaram seu foco no digital e também ao maior volume de produções disponíveis. Nos dois casos, o impacto em conversão para os artistas é grande, com queda nas execuções e na vida útil dos hits. Com isso, rádios têm utilizado mais hits de anos anteriores ou prolongado o tempo de execução de outros que já estavam em alta, com a finalidade de manter sua audiência elevada.

A qualidade das produções também preocupa o setor, que já experimentou um efeito negativo quando a IA é utilizada de forma indiscriminada. Neste caso, o problema foi identificado na publicidade, com queda acentuada na efetividade das mensagens. No estudo da yaman.AI, mais de 60% das campanhas analisadas não atingiram o padrão mínimo de efetividade. Existe a preocupação de que isso também seja observado na produção artística.

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Crédito imagem: Biblioteca Canva

Com informações do Deezer e do portal InfoMoney

Tags: inteligência artificial, música, streaming, rádio, curadoria musical, Deezer, comportamento do ouvinte, Ipsos

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Daniel Starck
  • Daniel Starck – Jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com, maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão, com mais de 20 anos no ar. É formado em Comunicação Social pela PUC-PR e teve passagens por emissoras como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital do rádio, com participação em eventos promovidos por entidades como SET, AESP, AMIRT, ACAERT, ASSERPE, AERP e MidiacomPB. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com foco em aplicativos, mídia programática, novos devices, inteligência artificial, sites e streaming. LinkedIn


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