




Sexta-Feira, 19 de Dezembro de 2025 @ 16:46
São Paulo - Novas previsões indicam crescimento acelerado do setor nos Estados Unidos a partir de 2025, impulsionado pela automação e pelo avanço de parcerias entre rádios e grandes plataformas digitais
O mercado de áudio programático deve alcançar US$ 1,2 bilhão em receita nos Estados Unidos em 2025, conforme projeção da consultoria Madison & Wall. O número reflete o avanço da automação e o aumento do acesso dos anunciantes às plataformas de áudio digital, em um cenário em que o mercado programático total norte-americano já soma US$ 36 bilhões. O áudio digital envolve iniciativas como streaming de rádio e podcast, que estão em alta no consumo e tem o rádio como o maior veiculador de publicidade nesse formato de mídia.
De acordo com o analista Brian Wieser, diretor da Madison & Wall, 73% de todas as transações na web aberta em 2025 serão realizadas por meio de processos programáticos. Ele destaca que o áudio digital — impulsionado por melhorias em mensuração e automação em streaming e podcasts — vem ampliando sua participação dentro desse ambiente automatizado.
Embora o áudio ainda represente uma fração do investimento total em mídia programática, a projeção da Madison & Wall aponta que a automação nos Estados Unidos deve dobrar de 22% em 2025 para 46% em 2030, tendência relacionada ao aumento da audiência financiada por anúncios. Para o quarto trimestre de 2025, a expectativa é de crescimento de 10% na receita publicitária geral, puxada pelo digital, enquanto a TV deve registrar queda de 10% (sem incluir publicidade política). O áudio deve avançar cerca de 1% no mesmo período.
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Dados da eMarketer reforçam o potencial desse mercado: dos 239,6 milhões de ouvintes de áudio digital previstos para 2026 nos EUA, 183,3 milhões estarão acessíveis a anunciantes. O crescimento será liderado pelos podcasts, que seguem atraindo investimentos mesmo entre usuários de planos “sem anúncios”. A escuta com suporte publicitário continua sendo o núcleo da economia do áudio digital, o que favorece estratégias automatizadas e baseadas em dados.
O avanço tecnológico também está redefinindo o papel das grandes empresas de mídia. Em novembro, a iHeartMedia passou a integrar-se ao Cox Media Group, Spotify e SiriusXM na venda de inventário de áudio via Amazon DSP, ampliando o acesso ao inventário de áudio programático dentro do ecossistema de publicidade da Amazon.
Em entrevista ao podcast Local Marketing Trends, Meredith Goldman, diretora da Amazon DSP, afirmou que a companhia busca atuar como parceira das emissoras de rádio, oferecendo uma visão integrada do áudio. “É definitivamente uma oportunidade de parceria. Todos compartilhamos o mesmo desafio: proporcionar uma boa experiência ao ouvinte e ajudar os anunciantes a encontrar soluções no espaço de áudio”, destacou.
Goldman acrescentou que rádios locais poderão integrar-se diretamente à Amazon DSP, com foco em segmentação geográfica e acessibilidade para pequenas empresas. Segundo ela, a estratégia é facilitar a entrada de anunciantes locais no ambiente digital: “Historicamente, a publicidade local era vendida, não comprada. Agora, com mais sinais e canais disponíveis, queremos oferecer um fluxo de trabalho simples para ativar investimentos locais”.
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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