Segunda-Feira, 08 de Janeiro de 2024 @ 07:01
São Paulo - Impressão foi coletada de executivos norte-americanos, que se baseiam em indicadores recentes da Borrell e WARC
O ano de 2024 tem sido visto com otimismo pelos radiodifusores norte-americanos, embora haja uma certa cautela ao serem questionados sobre esse tipo de previsão. A visão positiva é baseada em indicadores recentes da Borrell e WARC, que apontam um cenário publicitário promissor. Para o rádio, eles acreditam que é possível uma melhoria tangível nos negócios em comparação com o ano passado, baseada no avanço do áudio digital, que abre ainda mais o leque de possibilidades na formação de novos negócios. Acompanhe:
As impressões foram coletadas através de uma série especial do portal norte-americano Inside Radio, chamada "Outlook 2024", onde líderes do setor de rádio dos EUA expõem suas visões para o ano que se inicia. Dois deles, como Bob Proffitt, da Alpha Media, e Dave Santrella, do Salem Media Group, testemunham um crescimento robusto nas receitas, especialmente no segmento digital, que vem superando o tradicional. Erik Hellum, da Townsquare Media, projeta que 2024 será o marco de uma recuperação publicitária que deverá se intensificar e expandir até 2025.
De acordo com o especial, este otimismo também é compartilhado por Tina Murley, da Beasley Media Group, que destaca o aumento nos gastos com publicidade em áreas-chave como política, automotiva, jurídica e apostas esportivas para 2024.
No nível de representação, Greg Tacher, da GMP Radio Reps, observa um crescimento significativo na atividade de planejamento e nas consultas de tarifas em todas as plataformas. Ele relata um retorno e um interesse crescente dos clientes em categorias diversas, incluindo produtos de consumo, varejo e agricultura.
Para 2024, nos EUA, espera-se um crescimento em categorias como automotiva, serviços financeiros, restaurantes, imóveis, viagens, tecnologia, recrutamento profissional, serviços jurídicos, educação e apostas esportivas, com um destaque especial para a possível retomada do setor imobiliário, impulsionada por uma queda nas taxas de juros.
O cenário é de certa forma similar ao do Brasil, que também experimenta um processo de diminuição dos juros, que pode impulsionar os gastos das famílias entre 2024 e 2025. O varejo, grande impulsionador do rádio brasileiro, já experimentou uma certa melhora no final de 2023 e, se as previsões mais otimistas forem confirmadas em 2024, isso pode impactar diretamente nas emissoras brasileiras, que também buscam ampliar seus portfólios com iniciativas digitais, gerando assim mais frentes de negócio.
Novamente sobre os EUA, no cenário de mercados médios e pequenos, a Townsquare Media observa um crescimento notável nos últimos três anos, especialmente em serviços para o lar e construção. Hellum prevê que essa tendência se mantenha em 2024, com um aumento também nas categorias jurídica e de recrutamento.
Em relação à publicidade política, algo exclusivo do mercado norte-americano, espera-se um recorde de gastos, com a AdImpact prevendo que o rádio capture cerca de 400 milhões de dólares em gastos políticos, representando uma fatia significativa do mercado. O tudoradio.com inclusive destacou a movimentação da iHeartMedia na geração de conteúdo para aproveitar o período eleitoral, o que também gera mais negócios para o grupo.
No âmbito digital, as rádios dos EUA continuam a expandir e diversificar suas receitas, fato que também é buscado pelas brasileiras. O espectro digital varia entre as empresas, desde as que estão iniciando até aquelas com uma abordagem 'digital first'. Hellum destaca que o digital representa mais da metade das receitas e lucros da Townsquare, tornando-se um motor de crescimento para 2024.
Assim como ocorre aqui, por lá existem grupos de rádios em estágios diferentes no investimento e distribuição de conteúdo digital, mas é fato que o áudio online (streaming) está mais avançado em escala e interesse publicitário por lá do que aqui no Brasil. Mesmo assim, também é um mercado que ainda não está próximo do que ele realmente pode performar como publicidade, cenário este já debatido em outras reportagens do tudoradio.com.
Os radiodifusores norte-americanos estão se adaptando às demandas por maior ROI, utilizando ferramentas de atribuição e dados primários para otimizar as vendas e operações, com um enfoque crescente em soluções de inteligência artificial.
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O rádio, agora superando a TV linear em alcance nos EUA, se posiciona para um crescimento sólido em 2024, aproveitando a dinâmica do mercado audiovisual, diz o especial da Inside Radio.
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações do portal Inside Radio
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.