




Segunda-Feira, 17 de Novembro de 2025 @ 06:41
São Paulo - Estudo mostra que adolescentes desconfiam da mídia tradicional, mas valorizam o jornalismo preciso e transparente — atributos historicamente associados ao rádio
Um novo estudo do News Literacy Project revela que os jovens da Geração Z demonstram forte desconfiança em relação à mídia tradicional, mas continuam valorizando o jornalismo que entrega fatos com transparência e autenticidade. A pesquisa, intitulada “Biased, Boring, and Bad”, mostra que 84% dos adolescentes norte-americanos descrevem a cobertura jornalística de forma negativa — com termos como “fake”, “mentirosa” e “chata” — e apenas 9% a veem como “informativa” ou “boa”. Em meio a essa crise de credibilidade, o rádio surge como um dos meios mais confiáveis, mantendo 84% de confiança do público segundo dados da Audacy, e continua representando 16% do tempo diário de consumo de áudio da Geração Z, à frente dos podcasts.
A pesquisa ouviu mais de 750 adolescentes em todo os Estados Unidos e revelou que metade acredita que jornalistas “inventam detalhes, como citações”, enquanto só 30% confiam que “confirmam fatos antes de publicar”. O estudo aponta um cenário de desconfiança, mas também uma oportunidade para veículos que consigam reafirmar valores como transparência e responsabilidade. De acordo com a mídia especializada, o rádio, com sua tradição de imediatismo e vínculo local, já carrega muitos dos atributos que os jovens dizem esperar do jornalismo: veracidade, clareza e autenticidade.
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Quando questionados sobre como jornalistas poderiam melhorar, os adolescentes foram diretos: “acertar os fatos” e “reduzir o viés”. Segundo os autores do levantamento, isso indica que os jovens não rejeitam o conteúdo jornalístico em si, mas o formato em que ele é entregue — um sinal de que há espaço para narrativas factuais e equilibradas, algo que o rádio já oferece de forma natural e dinâmica, segundo a mídia especializada que cobre o setor nos Estados Unidos.
O consumo de áudio também favorece esse reencontro. Mesmo com o avanço das plataformas digitais, o formato continua central no dia a dia da Geração Z, que passa horas ouvindo conteúdo em fones de ouvido, smart speakers e aplicativos de streaming. De acordo com o estudo, o rádio tradicional representa 16% do tempo diário de áudio desse público — à frente dos podcasts e atrás apenas do streaming e do YouTube.
A pesquisa cita ainda que 84% dos norte-americanos confiam nas rádios locais, segundo dados da Audacy, superando a televisão e as redes sociais em credibilidade. Outro levantamento, realizado pelo Pew Research Center, reforça essa percepção: 93% dos entrevistados consideram a honestidade essencial no jornalismo e 84% priorizam a precisão factual — os mesmos princípios que os jovens afirmam não encontrar nas mídias tradicionais.
O News Literacy Project sugere que veículos jornalísticos criem pontes diretas com o público jovem, como projetos colaborativos de áudio, reportagens participativas e presença ativa nas redes sociais. Essas iniciativas podem reforçar a confiança e ampliar a percepção de que o rádio continua sendo uma fonte confiável, próxima e relevante em meio à saturação de conteúdo digital.
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Ilustração / tudoradio.com
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O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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