Segunda-Feira, 27 de Junho de 2022 @ 07:29
São Paulo - Receita total de todos os formatos de áudio caminha para um ganho de 3% em relação ao ano passado nos EUA
Portais especializados e associações do setor estão repercutindo dados sobre um cenário positivo sobre o mercado de áudio, apontado pelo mais recente relatório da PwC. Segundo o levantamento, esse formato de mídia deverá apresentar um ganho de 3% em relação ao ano passado nos Estados Unidos. O rádio, meio que representa a maior fatia do mercado quando o assunto é consumo em áudio, chegará a uma receita de US $21,9 bilhões em 2022, sendo um acréscimo de US $700 milhões em relação a 2021. Em resumo: neste ano, o mercado de áudio, que inclui rádio, podcasts e música, está a caminho dos principais números de receita pré-pandemia.
A PwC é uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo e seus dados têm chamado a atenção para o volume de receita concentrada no que é chamado de "publicidade tradicional no rádio". Esse modelo de publicidade continua sendo o maior contribuinte para a contagem geral do mercado de rádio, com o relatório da PwC prevendo um avanço de 5,5% em 2022, resultado em US $12,8 bilhões este ano.
O levantamento também prevê crescimentos em outras frentes relacionadas ao rádio: a PwC indica que as receitas de anúncios online do meio adicionaram outros US $3,1 bilhões este ano, sendo um aumento de 7% em relação a 2021. E o rádio via satélite, conhecido nos EUA pela SiriusXM, continuará a subir, com um aumento previsto de 15,5% na receita de publicidade, totalizando US $219 milhões este ano.
"O rádio AM/FM ainda tem um papel importante a desempenhar no ecossistema de áudio”, destaca o relatório da PwC. “O tempo de escuta foi ajudado durante a pandemia pelos noticiários de rádio, pois as pessoas acompanhavam a situação em mudança dia a dia. Trabalhar em casa também ajudou a aumentar o consumo de rádio, embora a audição no carro tenha sido afetada negativamente porque menos pessoas se deslocavam para o trabalho. Espera-se pouca mudança no tempo de audição, porque continua a haver uma mistura de trabalho em casa e deslocamento, e o rádio continuará proporcionando entretenimento", diz a empresa.
O relatório da PwC também destaca dados descobertos pela pesquisa do Morgan Stanley, que descobriu que o rádio AM/FM representou 36% do tempo de audição de adultos nos EUA em 2021, em comparação com 29% em 2020 e 42% em 2019. Ou seja, há uma curva de recuperação na comparação com a fase agunda da pandemia da covid-19, que mudou a rotina de deslocamentos da população. A pesquisa chama o rádio de “principal contribuinte” para a música mais ampla, rádio e podcasts, respondendo por 44,9% da receita global do setor em 2021, com US$ 41,8 bilhões.
“Nos Estados Unidos, o rádio AM/FM ainda é a fonte de áudio mais popular em veículos, e a escuta no carro será o principal campo de batalha para os players de rádio em todo o mundo”, diz o relatório da PwC, que completa indicando que "existe concorrência na forma de sistemas de infoentretenimento e smartphones, que são cada vez mais usados para consumo de áudio ao dirigir". Há uma movimentação intensa do setor de rádio para que esse cenário continue favorável ao rádio, conforme já destacado pelo tudoradio.com.
Outro dado interessante do relatório é sobre o tamanho do mercado de rádio dos Estados Unidos numa comparação com o total do cenário global, isso quando o assunto é receita publicitária. A PwC indica que o rádio norte-americano responde por 50,7% da receita global do segmento.
Revisão dos dados de publicidade
Na semana passada, o tudoradio.com repercutiu uma revisão de estimativas sobre a receita publicitária no mercado dos Estados Unidos. Os dados foram atualizados pela BIA Advisory Services, empresa especializada em previsão de mídia. Um início de 2022 bem mais lento nos investimentos publicitários do que era previsto inicialmente, forçou a BIA a rever os números. “Os ventos contrários de conflitos no exterior, problemas contínuos na cadeia de suprimentos e cortes profundos nos gastos com anúncios automotivos e outras grandes categorias precipitaram a redução”, afirmou a empresa.
Porém, essa revisão não vislumbrou uma estimativa negativa para o rádio: a BIA prevê um avanço de destaque para o investimento em rádio online e uma oscilação positiva para o rádio terrestre (via AM/FM). É esperado um “crescimento significativo” para o rádio online em 2022, que deve saltar 14,5% para US $2,99 bilhões, acima dos US $2,61 bilhões do ano passado. Já o rádio terrestre, considerando a compra de mídia na transmissão FM, AM e HD Radio (formato digital terrestre norte-americano),atingirá US$ 11,16 bilhões em 2022, um aumento de 3,8% em relação aos US$ 10,75 bilhões registrados em 2021.
No Brasil…
O setor de rádio está aproveitando as comemorações dos 100 anos do meio no Brasil para impulsionar a sua atuação perante ao mercado publicitário. Prova disso foi a festa "Rádio + 100 anos", realizada na última quarta-feira (22), em São Paulo. A iniciativa reuniu de forma inédita 25 rádios, que fizeram um evento voltado aos profissionais de mídia e marketing. Clique aqui e saiba como foi.
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações da PwC e NAB. Dados também repercutidos pela AESP e ACAERT
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.