Quarta-Feira, 08 de Fevereiro de 2023 @ 07:29
São Paulo - Curvas no investimento de anúncios digitais foram atípicas em 2022 e apontam um começo de ano fraco
Recentemente o tudoradio.com havia publicado um panorama que relatava a movimentação atípica no final de 2022 sobre a Black Friday brasileira, isso em relação às vendas e orçamentos destinados à anúncios. De fato, o período que tende a ser positivo para quem depende da mídia digital foi "morno" para "fraco" no final do ano passado. E um levantamento feito pela PlayWire mostrou que a frustração do período foi algo mais amplo, que atingiu todo o segundo semestre de 2022 e já afeta 2023. Na conta, segundo análises, estão as incertezas com a economia global.
Para quem depende da mídia local e de vendas off-line, o final de 2022 variou conforme a característica de cada mercado, pensando na publicidade em rádio. Muitos radiodifusores relataram um período abaixo da expectativa, enquanto outros comemoraram os resultados. Já no digital, a movimentação foi mais uniforme: de queda no volume do orçamento para anúncios, muito abaixo dos recordes históricos vistos em 2021. E isso foi global.
A baixa do final do ano também impactou no mês de janeiro de 2023, com o período registrando o menor volume de investimento em mídia digital dos últimos cinco anos, inclusive se comparado com o período do início da pandemia da covid-19, que freou os investimentos de diversos setores em todo o planeta.
+ Apesar da necessidade de planejamento, iniciativas no digital são “tentativas e erros”
Gráfico da PlayWire que mostra o volume de investimento em mídia digital programática
Modelo digital em cheque?
Não necessariamente. Segundo especialistas do setor ouvidos pelo tudoradio.com, a retração do mercado, que deve continuar nos primeiros meses de 2023, está mais relacionada às notícias de desaceleração da economia mundial ou até mesmo de recessão nos principais mercados globais. E isso inclui o Brasil. Mas há uma perspectiva de melhora para o segundo semestre de 2023.
Por contar com ferramentas que otimizam mais os recursos e até mesmo a possibilidade de pausar campanhas, os volumes de investimento em mídia digital oscilam mais rapidamente do que os outros formatos de publicidade. Porém, notícias positivas que começam a surgir, como o da economia dos Estados Unidos, podem acelerar a retomada.
De qualquer forma, frear investimentos na entrega digital de conteúdo não aparenta ser uma boa estratégia, já que uma das maneiras de tornar esse modelo de negócio viável é ampliar a escala de consumo das plataformas. E isso serve para as emissoras de rádio que investem no digital.
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Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.