Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024 @ 06:54
São Paulo – Rádio e podcasts seguem como as plataformas mais consumidas; Spotify, embora cresça à custa de músicas próprias (CDs e downloads), apresenta participação tímida no mercado publicitário
O estudo "Share of Ear" Q3 2024, realizado pela Edison Research, revelou que o rádio AM/FM continua sendo, de longe, a principal plataforma de áudio com suporte publicitário nos Estados Unidos, abrangendo todas as faixas etárias e demográficas. O dado reforça a relevância do formato para investimentos de marketing. A pesquisa analisou o consumo de áudio dos norte-americanos ao longo de quatro trimestres (Q4 2023 a Q3 2024) e trouxe insights relevantes sobre a participação de mercado de diferentes formatos de áudio. Os resultados também apontam que o crescimento de plataformas como Spotify ocorre à custa da posse de músicas próprias (CDs e downloads), sem impactar o desempenho do rádio AM/FM.
Entre os principais achados, o rádio AM/FM domina 69% do tempo total gasto em áudio com publicidade, seguido pelos podcasts, que representam 19%. O desempenho do rádio AM/FM é especialmente forte no consumo em automóveis, onde registra uma participação de 86% no total de áudio com anúncios. Historicamente, o rádio nos EUA depende significativamente da audiência em trajetos, principalmente em veículos. Mesmo entre jovens de 18 a 34 anos, o rádio mantém liderança, com uma fatia de 82%.
O estudo também destacou a força do rádio AM/FM em diferentes grupos demográficos, com participação variando entre 50% e 80%. E o consumo de rádio AM/FM via streaming permanece estável, representando 13% do total de escutas nos últimos três anos. Para efeito de comparação, esse índice era de apenas 8% entre os levantamentos de 2017 e 2018, demonstrando uma evolução consolidada no uso do streaming de rádio. Além disso, o rádio lidera o consumo de áudio com publicidade em smart speakers, respondendo por 50% do tempo total, seguido pelos podcasts, com 20%.
O relatório também apontou a baixa participação de plataformas como Spotify no mercado publicitário. Cerca de 73% da audiência do Spotify utiliza o serviço em versões sem anúncios, o que reduz sua fatia de mercado para apenas 2% no consumo de áudio com suporte publicitário. Já o crescimento do streaming de música tem ocorrido à custa de formatos como CDs e downloads, sem causar impacto significativo no consumo de rádio AM/FM.
+ Rádio é fundamental para manter músicas por mais tempo nas paradas de sucesso, indica a Billboard
Você também precisa ler:
> Rádio é mensurável e, quando bem executado, entrega resultados para a publicidade, indica Nielsen
> Consumo de áudio digital cresce, mas publicidade ainda investe apenas 3,1% no formato
> Música segue fundamental para o rádio; projetos precisam ser pensados com base em dados
> Formatos de rádio em alta: como as tendências dos EUA podem ser lidas no Brasil
> Rádio tem ampla liderança no tempo dedicado ao consumo de áudio com anúncios
> Pesquisa aponta desafios para mensuração em áudio digital; podcasts apresentam obstáculos
> Receita publicitária do rádio deve crescer 1,8% em 2024; Digital e política colaboram com o cenário
> Entrega de publicidade segmentada via dial é uma das tendências comerciais para o rádio em 2025
> Para crescimento em receitas de publicidade local, equipes de rádio precisam vender on e offline
> Previsões publicitárias sugerem necessidade de atenção do rádio com o digital
Com informações de Westwood One Audio Active Group / Cumulus Media, Edison Research e Nielsen Audio
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.