Terça-Feira, 30 de Maio de 2023 @ 07:31
São Paulo - Empresa de pesquisa alerta sobre a crescente relevância dos smartphones no consumo de rádio e áudio nos EUA
Atualizado - Há um esforço considerável do rádio norte-americano para popularizar o acesso ao streaming de rádio em caixas de som inteligentes, ou seja, nas smart-speakers. Entretanto, o segundo maior consumo do conteúdo de áudio ao vivo das emissoras acontece por meio do celular, ficando atrás apenas do chamado "receptor tradicional AM/FM", ou seja, o rádio que recebe o sinal FM ou AM. Nesse contexto, a Edison Research enfatiza a necessidade do mercado de rádio concentrar suas atenções nesses dispositivos para competir com outros formatos de mídia.
Este "alerta" surgiu após a revelação de mais alguns dados da atualização do Share of Ear da Edison Research. Em geral, 86% do tempo de audição de rádio entre aqueles com 13 anos ou mais ocorre usando um receptor de rádio, com os restantes 14% ocorrendo em outros dispositivos. Dentre esses "outros", o telefone representa 8% de toda a audição de rádio, seguido pelo computador (3%), smart-speakers (2%) e TV (1%). Os mais jovens usam mais o smartphone para ouvir rádio do que a média geral da população.
O cenário é similar no Brasil, onde o celular/smartphone é responsável pelo segundo maior consumo de rádio ao vivo. Entretanto, pesquisas locais não determinam se é por meio de um celular com receptor de FM ou se a audição ocorre pelo streaming ao vivo das estações, apesar de recortes sobre "rádio web". Ao contrário do Brasil, onde o Android é dominante e apresenta vários dispositivos com FM ativo, nos EUA o Apple iPhone lidera o mercado e seus dispositivos não possuem receptor de FM ativo, portanto, esse consumo ocorre majoritariamente via áudio digital.
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Smartphone é visto como oportunidade para o rádio
“No final do ano passado, relatamos que, para a audição total de áudio, o telefone superou o aparelho de rádio pela primeira vez. Embora sempre seja arriscado prever o futuro, parece razoavelmente seguro apostar que o telefone será o principal campo de batalha para o tempo gasto pelos consumidores ouvindo daqui para frente”, salientou a Edison Research, no comunicado sobre a atualização da pesquisa.
A Edison Research destaca que o smartphone precisa ser visto como um grande potencial para o rádio na evolução de seu consumo. "A partir de agora, apenas uma parcela relativamente pequena do tempo gasto ouvindo áudio no smartphone é dedicada ao 'rádio'. À medida que o rádio traça um futuro que é menos dependente do 'aparelho de rádio' de função única, o sucesso no telefone, bem como em outros dispositivos habilitados para internet, torna-se imperativo", adverte a empresa.
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Gráfico do Share of Ear que mostra a distribuição do consumo de rádio entre aparelhos/dispositivos, com as faixas mais jovens usando mais o smartphone para ouvir rádio / crédito: Edison Research
E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações da Edison Research e do portal Inside Radio
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.