Quarta-Feira, 01 de Março de 2023 @ 11:12
São Paulo – Craig Fugate encaminhou carta ao governo federal para que indústria mantenha espectro AM nos veículos
O ex-chefe da FEMA, a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos Estados Unidos, Craig Fugate, assinou uma carta, junto com outros ex-funcionários da agência, pedindo ajuda ao governo federal para garantir que todas as montadoras incluam rádio AM nos veículos elétricos. Fugate sempre foi um defensor do rádio local, e vê o rádio AM como um eixo da infraestrutura por trás do Sistema Nacional de Alerta Público federal.
O Wall Street Journal foi o primeiro a relatar a carta na segunda-feira. Nela, Fugate diz: “Quando tudo mais falha, as estações de rádio costumam ser a última linha de comunicação que as comunidades têm”, ressaltou o ex-chefe da agência norte-americana.
Algumas montadoras estão retirando o rádio AM de seus veículos elétricos mais novos porque dizem que os veículos geram frequências eletromagnéticas no mesmo comprimento de onda dos sinais de rádio AM, criando zumbidos e desbotamento do sinal devido à interferência. De acordo com o The Wall Street Journal, a carta enviada aos membros do Congresso incluía assinaturas de 7 ex-administradores da FEMA. A carta também foi enviada ao Secretário de Transporte Pete Buttigieg.
A carta afirma que “o rádio AM serve como um eixo da infraestrutura por trás do Sistema Nacional de Alerta Público federal, que fornece informações de alerta e alerta de emergência da FEMA ao público durante desastres naturais e eventos climáticos extremos”. Eles dizem que o aumento do rádio AM representa uma grave ameaça para futuros esforços de resposta a desastres. O artigo do Journal diz que 47 milhões de pessoas na América ainda ouvem rádio AM, citando estatísticas da Nielsen.
Legislativo dos Estados Unidos também fazem pressão
No final do ano passado, membros do Legislativo e radiodifusores dos Estados Unidos também pressionaram a indústria automotiva pela manutenção de sintonizadores de rádio AM nos carros totalmente elétricos. Existe a preocupação no país de que a tendência entre as montadoras pudesse ganhar força de forma a tornar inviável a operação contínua de uma estação de rádio AM, já que os fabricantes de veículos elétricos que estão deliberadamente deixando de fora os receptores com dial AM.
Segundo uma reportagem da revista Quatro Rodas de julho do ano passado, os modelos elétricos da Audi, BMW, Porsche, Tesla e Volvo já não contam com um rádio AM em seu infoentretenimento há algum tempo. E alguns modelos "híbridos" (elétricos, mas também que usam combustíveis como álcool, gasolina ou diesel) também estão abandonando o receptor AM.
A faixa AM concentra muita audiência nos Estados Unidos, com algumas das estações de notícias e esportes mais ouvidas operando nessa faixa. Porém, para se blindar de uma possível diminuição da oferta de receptores, muitas emissoras correram para disponibilizar suas programações em outras formas de transmissão de radiofrequência.
Não rara é a presença de AMs em canais 2 ou 3 de FMs digitais, reforçando a presença dessas estações no dial. Porém, mais recentemente, grupos como a Audacy resolveram sacrificar algumas estações musicais de menor audiência para preservar o alcance de suas AMs mais ouvidas, como foram os casos da WINS AM 1010 de Nova York (que desde novembro está em 92.3 FM) e KNX AM 1070 (também passou a ser ouvida em 97.1 FM).
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Dial AM presente em um modelo híbrido da KIA comercializado na Europa / crédito: tudoradio.com
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E por qual razão olhar para lá fora?
O tudoradio.com costuma observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
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Com informações da Radio Ink
Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.