Brasil fecha 2023 com a marca de 1.030 migrantes AM-FM ativas no dial FM

O Brasil pode encerrar este ano com 1.030 emissoras originadas na faixa AM que já estão ativas no dial FM. Os dados são do levantamento realizado pelo tudoradio.com, que mapeia as migrantes AM-FM já em operação. São Paulo contribuiu diretamente com esse número agora em dezembro, estado que conta com mais emissoras ativas em FM e que são originadas na faixa AM. E a marca de 1 mil estações nessa situação foi atingida em outubro passado, processo este que se iniciou no papel em 2013, ou seja, já completou 10 anos. Vale destacar que o levantamento feito pelo portal só registra as estações originadas na faixa AM cujas áreas de cobertura em FM são conhecidas.

Nesta última semana, o estado de São Paulo registrou o início de testes em FM 100.9 da antiga Rádio F8 AM 1540, emissora sediada na cidade de Botucatu. Também ocorreram outras mudanças, como a troca de canal de 85.3 FM para 101.9 FM da futura Nativa FM de Ribeirão Preto, que também é uma migrante AM-FM, além de testes da Rede Boa Nova AM 1450 de Guarulhos, em 85.5 FM. Ao todo, são 152 emissoras originadas na faixa AM que estão ativas em FM no território paulista.

O Paraná é outro local que contribuiu para essa contagem e se destaca pela quantidade de migrantes AM-FM ativas no dial FM. Na última semana, ocorreu a entrada no ar da Deus é Amor FM 90.3 de Maringá, fruto do processo de migração AM-FM da antiga Rádio Cultura AM 1390. A região sudoeste do estado também avançou nesse quesito, já que foram solucionadas as questões de fronteiras internacionais para a ocupação da faixa FM, com várias migrantes indo ao ar nesta reta final de 2023. O Paraná tem 134 rádios nesta condição.

Entre os grandes centros, a última novidade importante nesse tema ocorreu em João Pessoa, capital da Paraíba, com o início das atividades da Parahyba FM 103.9, emissora pública originada da tradicional Rádio Tabajara AM 1110. Essa migração AM-FM era aguardada há algum tempo, com as primeiras notícias sobre o tema datando de antes mesmo da pandemia da covid-19.

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Também é de Minas Gerais que vêm três migrantes AM-FM recentes e que influenciaram diretamente neste número: Super Rede Boa Vontade FM 105.5 de Montes Claros, que vem da AM 550, Rádio Diocesana FM 100.3 de Campanha (MG), originada em AM 1140, além da Rádio Cancella FM 103.3 de Ituiutaba (MG), estação que vem da AM 710. As duas ajudaram Minas a somar 114 estações migrantes AM-FM já ativas em FM.

Em relação aos números gerais da migração AM-FM, após São Paulo, Paraná e Minas, os estados com mais estações migrantes ativas em FM são: Rio Grande do Sul (95), Santa Catarina (95), Ceará (51), Bahia (50), Mato Grosso (45) e Mato Grosso do Sul (42). Consulte a lista completa [aqui] ou acesse https://tudoradio.com/migracaoamfm.

A migração do AM para o FM + eFM

Entre a assinatura do decreto 8.139, em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff, no dia 7 de novembro de 2013 (Dia do Radialista), até a autorização da primeira migrante AM-FM ir ao ar em FM, transcorreram mais de dois anos. Este processo culminou em 18 de março de 2016 com a Rádio Progresso FM de Juazeiro do Norte (anteriormente em AM 1310, migrou para FM 97.9, e atualmente opera em FM 105.1).

O eFM, conhecido como FM estendido, que abriu a faixa de FM entre 76.1 FM e 87.3 FM, surgiu como solução para acomodar as migrantes AM-FM em regiões onde a ocupação do FM convencional (88.1 FM a 107.9 FM) estava saturada. Muitas estações que planejavam migrar para o eFM encontraram espaço na faixa convencional após acordos de redução de potência, acelerando o processo em alguns casos e retardando em outros.

Em 2014, a indústria de rádio realizou o primeiro teste em FM estendido, com a transmissão da então Jovem Pan AM 620 em São Paulo, operando por um ano em 84.7 FM. Apesar de não terem sido identificadas interferências nos canais 5 e 6 de TV analógica, o FM estendido só começou a ser usado em 7 de maio de 2021, após a digitalização da TV. Naquele momento, 9 estações eFM foram ativadas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília, incluindo migrantes AM-FM e novas FMs públicas da EBC. A exigência da presença em eFM para receptores produzidos no Brasil foi estabelecida em 2017.

O AM vai acabar?

Como foi noticiado ontem (28) pelo tudoradio.com, o rádio AM continuará existindo no Brasil. De acordo com especialistas ouvidos pelo portal, o que está previsto no Decreto 8139 da migração AM-FM de 2013 é o reenquadramento do serviço de rádio AM local, ou seja, de baixa potência. Estações que seguirem ativas a partir de 1º de janeiro serão readaptadas em suas características, tornando-se estações regionais. 

Em resumo, as rádios AMs de classe C, consideradas AMs locais ou de baixa potência, são impactadas pela medida. Mas na prática isso terá pouco efeito, tendo em vista que a maioria delas já decretaram suas próprias extinções, uma vez que concluíram suas respectivas migrações para a faixa FM. A adesão geral da migração para o FM foi de 96% até o momento.

Saiba sobre -> Rádio AM seguirá ativo no Brasil em 2024

O levantamento da migração AM-FM feito pelo tudoradio.com

O número é relacionado ao levantamento feito pelo tudoradio.com nos dials AM/FM no portal. Até o fechamento deste texto, o guia Dials FM/AM do tudoradio.com contava com 1.030 estações indicadas como migrantes AM-FM ativas em FM.

O levantamento completo (inclusive o número de migrantes por estado) pode ser acompanhado aqui. A atualização é diária, também sendo relatada pelo Mapa da Atualização do tudoradio.com.

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Os dials e a migração AM-FM:
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