Rádio, números e jovens em carros conectados: desafios e oportunidades no NAB Show 2023

Os jovens continuam a ouvir rádio AM/FM nos EUA, conforme o estudo Share of Ear da Edison Research de 2022. Entretanto, a maioria dessas audiências ocorre em carros e outros veículos, seguindo a tendência crescente de consumo de rádio nesses ambientes. Isso indica que, quanto mais conectado for o veículo, maior a necessidade das emissoras de rádio se adaptarem à concorrência com outras plataformas de mídia. Atualmente, o rádio permanece como a principal fonte de áudio nos carros para o público em geral, com parcela significativa para jovens até 24 anos.

O estudo, divulgado em 18 de abril no NAB Show 2023, revelou que o rádio é a principal fonte de consumo de áudio em veículos. Contudo, os profissionais do setor devem acompanhar algumas mudanças: 58% dos jovens de 13 a 24 anos afirmam que só ouvem rádio no carro, onde essa plataforma lidera com 47% do consumo total em 2022, contra 44% do uso crescente de dispositivos móveis.

Comparativamente, em 2015, dispositivos móveis representavam aproximadamente 23% do uso para áudio em carros para o público de 13 a 24 anos, enquanto o rádio representava 61% do consumo total. Desde 2019, a faixa de consumo de rádio para esse público se mantém estável.

A preferência pelo rádio é maior quando a viagem ocorre dentro da cidade ou região de origem do ouvinte, incluindo trajetos casa-escola/trabalho. No entanto, em viagens, a porcentagem de consumo de outras mídias é maior, considerando apenas o público de 13 a 24 anos nos EUA.

Em geral, o rádio AM/FM corresponde a 59% do consumo de áudio em veículos, contra 41% de todas as outras plataformas (incluindo streaming). A divisão por idade mostra 49% para o rádio e 51% para outras plataformas no público de 13 a 24 anos; 57% para o rádio entre 25 e 54 anos e 67% de liderança do rádio para aqueles acima de 55 anos.

Um detalhe interessante está relacionado à idade dos veículos: quanto mais antigo o modelo, maior a liderança do rádio no consumo. Nos modelos de 2015 a 2018, a liderança do rádio é de 58% e, para 2019 em diante, 53%. O rádio via satélite (SiriusXM, nos EUA) avança conforme o modelo é mais recente, indo de 5% em modelos até 2010 para 23% em carros fabricados a partir de 2019. Outros formatos, como podcasts e streaming, não ultrapassam 10%, mesmo nos carros mais novos.

Quando questionados sobre a razão de ouvir rádio AM/FM, a resposta mais frequente do público de 13 a 24 anos é "porque é de graça" (85%), seguida de "é mais fácil de ouvir do que outros formatos de áudio" (69%), "faz parte da rotina diária" (68%) e busca por programas específicos ou personalidades do ar (50%), entre outras razões. Curiosamente, 27% dos jovens concordaram que "não sabem como ouvir streaming no carro".

O streaming de rádio é uma área a ser explorada, já que o estudo apontou um baixo consumo desse formato nos carros, especialmente entre os mais jovens. O painel sugeriu que essa situação representa tanto um problema quanto uma solução, pois há espaço para evolução e demanda. Se os ouvintes estão cada vez mais conectando seus dispositivos móveis nos carros, as emissoras precisam criar formas fáceis para disponibilizar seus áudios digitais, considerando que uma das desvantagens do digital é a dificuldade em utilizar algumas plataformas nos automóveis.

Aplicativos mais simples, presença ampla em agregadores organizados e o crescimento de tecnologias híbridas podem ajudar nesse processo. O rádio via satélite SiriusXM, cada vez mais presente nos veículos, demonstra que é possível aumentar a participação rapidamente se a ferramenta for fácil de ser utilizada.

Uma pesquisa da Audacy mostrou que 1 em cada 5 ouvintes em carros conectados usam aplicativos de rádios, enquanto 8 em cada 10 ouvintes utilizam playlists pessoais nesses ambientes. O Bluetooth é usado por 3 em cada 4 ouvintes, e sistemas como Apple CarPlay/Android Auto são escolhidos por 6 em cada 10 ouvintes em carros conectados.

Curiosamente, a Audacy também revelou que ouvintes em carros conectados optam mais pelo rádio (63%) do que aqueles com modelos sem essa tecnologia (62%). Em qualquer caso, os sistemas se destacam devido à facilidade de uso, com 75% dos entrevistados afirmando que o mais importante é que o acesso seja fácil.

Os dados foram apresentados por Laura Ivey (Edison Research) e Reggie Shake (Audacy), em painel moderado por Larry Rosim (Edison Research).

Painel onde os números do rádio pelo público jovem foram apresentados / crédito: tudoradio.com

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